As questões teológicas,
muitas vezes, não conseguem justificar certos acontecimentos da vida diária,
pois a realidade nos surpreende com tanta força que não encontramos explicações
para o que ocorre.
Nesta semana, início de um
novo ano, nos deparamos com um fato tenebroso: o assassinato em série de irmãos
que viviam num mesmo teto de presídio.
Todos acordaram com a notícia
e, finda a explicação do que ocorreu, eis que nos deparamos com mais um
presídio, agora em Roraima, onde novamente outro contingente de irmãos foi
assassinado fria e cruelmente.
Vi as repercussões em muitas
praças do Brasil.
Alguns diziam solenemente:
“Bem feito, foi dá para ser bandido, era isso que merecia”.
Outros afirmavam que: “É
melhor assim mesmo, pelo menos era menos gente para receber as benesses do
Estado que paga um valor muito alto para sustentar estes vagabundos”.
Alguns se preocupavam até
onde iria dar esta “eliminação” sumária, porque “se o Estado não consegue frear
o que acontece dentro da prisão, como será se os bandidos quiserem fazer o
mesmo do lado de fora?”.
Tudo isso me preocupa
deverasmente porque mostra a insatisfação popular com o sistema de segurança
que temos no nosso País; temo por uma desordem civil para arrumar este estado
de coisas, mas, sobretudo, vejo com preocupação a indiferença de uma boa parte
da população com o caso. Mexem com os ombros e perguntam: “E eu com isso?”
Insensíveis a tudo que
ocorre, uns defendem que “a justiça seja feita da maneira como foi, mesmo que
do modo deles, o importante é a vida prosseguir e eu me dar bem”.
Outros reagem com a
indiferença com a vida de um irmão que errou. É verdade, mas nem por isso ele
deixou de ser seu irmão. Você pensaria a mesma coisa se fosse um irmão
consanguíneo seu?
Como estaria a cabeça e o
coração das mães daqueles que foram duramente assassinados?
Alguns disseram que se eles
estivessem livres estariam fazendo o mesmo. Pode até ser, mas nós devemos nos
juntar ao mesmo nível de indiferença ou no mesmo nível de justiça pelas
próprias mãos como muitos defendem?
Irmão é irmão, é
incondicionalmente irmão. Se fez algo contra o próximo ou a sociedade deve, a
pretexto de se fazer a justiça oficial, ser preso e pagar pelo que fez nos
ditames da lei, por pior que tenham sido os seus crimes. Mas não deixa de ser
irmão, esta é a verdade.
Ao que tudo indica, o Estado
sabia e nada fez. Lavou as mãos. Preferiu ser acusado de incompetente a ter que
se explicar depois na condição conivente com o assassinato.
Aa leis que vigoram atrás das
grades, claro que não têm o teor das leis cristãs, pois lá não reina o
Evangelho de Jesus, mas não é por isso que devemos nos contentar com a
quantidade menor de criminosos no mundo.
A teia do mal, irmãos, é mais
ampla do que muitos podem imaginar. Esta parte demonstrada é apenas uma forma
de manifestação do estado de desorganização que eles promovem, no Brasil e no
mundo.
O que ocorreu foi ajuste de
contas entre eles, mas a Providência Divina, atenta para tudo que acontece,
encarregou um grupo de irmãos em auxílio para aqueles que acordavam no mundo
espiritual sem saber direito o que estava acontecendo e, por Misericórdia
Divina, acolhia alguns deles que, minimamente, poderia despertar para o bem.
Outros, porém, foram resgatados pelas ordens do mal e se perderam por si
mesmos. Paciência.
O bem tem que imperar no
planeta e isso um dia vai acontecer, mas, definitivamente, não será pela
eliminação de irmãos perdidos no equívoco, tampouco pelas mãos de tiranos do
poder.
Fiquemos em calma! Oremos por
todos e sejamos ativistas da paz. É isso que o mundo tanto precisa nos dias de
hoje.
Amém!
Helder Camara – Blog Novas
Utopias
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