Questão 381 do Livro dos
Espíritos
A criança depois da morte, em
se desligando do corpo físico, readquire o vigor que antes tinha, notadamente
quando é o Espírito mais ou menos evoluído; no entanto, a alma em estado de
atraso espiritual, onde as paixões inferiores invadem por completo seus sentimentos,
tolhendo suas faculdades espirituais, essa, depois do desenlace, volta ao seu
estado primitivo que, por vezes, era de inconsciência.
Tudo depende da evolução do
Espírito. É falando da grandeza da alma que já despertou para a vida
espiritual, que nos curvamos ante Jesus, que pelo seu amor à humanidade desceu
de planos que desconhecemos para traçar para todos nós roteiros onde sentimos a
esperança e adquirimos a certeza da felicidade.
O Evangelho veio nos acordar
do sono milenar e à consciência nos fazer viver na plenitude do amor. A
criança, quando ligada ao fardo que lhe serve de instrumento no mundo material,
apaga de certa forma sua consciência, de modo a não poder manifestar no corpo
as suas qualidades espirituais. Somente com o crescimento do corpo, os outros
corpos espirituais vão filtrando seus impulsos e a mente expressando o que o
Espírito é, mostrando sua brandura, se a possui, ou a inquietação que ele traz
dos próprios desequilíbrios.
A Doutrina dos Espíritos,
revivendo Jesus na sua amplitude de amor, convida os pais das crianças a se
comportarem com dignidade frente aos filhos, para que eles recebam dos seus
genitores o exemplo da serenidade e de amor. A criancinha com dias de
existência, ou ainda mesmo no ventre da mãe, já absorve o comportamento dos
pais, por via de impulsos espirituais, e guarda nos departamentos da razão, a
desabrocharem, esses laços do bem ou do mal que se recebeu dos pais e do
ambiente que se encontra.
Eis porque a grande
responsabilidade de um lar. Dessa forma devemos sublimar a atmosfera onde
habitamos, com pensamentos e conduta na sintonia do Evangelho, porque onde o
Cristo se encontra somente a luz vive. O homem do futuro, ao sugar do seio da
mãe o alimento renovador, está absorvendo os próprios sentimentos da sua
genitora, e se houver descuido da mãe, entregando-se ao ciúme e ao ódio, estará
matando seus filhos aos poucos com cargas magnéticas que insufla no seu próprio
leite. Quantas crianças morrem por ignorância dos pais?
Os pais devem se dedicar ao
Culto do Evangelho no Lar, mas, não ficar somente no culto exterior; que
procurem assimilar o seu conteúdo, esforçando-se para aplicar os ensinamentos
na vida diária, mesmo que haja alguma resistência do corpo físico ou
espiritual. Não podemos fugir às lutas, aquelas mais difíceis da vida – a
batalha interior – capazes de renovar o homem, iluminando-lhe a mente. Nós
todos devemos investir nas crianças até o ponto em que elas suportem, fazendo
nossa obrigação mediante as necessidades dos que chegam à Terra pelos processos
da reencarnação. Estaremos, assim, cooperando com a vida, na certeza de que
acenderá a luz nas trevas, aparecendo o paraíso prometido, dando felicidade
para todas as criaturas.
Quem desleixa as crianças
certamente receberá o plantio da indiferença. Não deixemos desgovernar nossos
pensamentos, principalmente no que se refere ao lar. Não deixemos que o nosso
verbo tome outra direção que não seja a da palavra de Jesus, e que nossos
passos não se esqueçam de seguir os passos do Mestre do mestres, porque nessa
comunhão com o bem, seremos uma semente permanente do Amor com Deus e de paz
com o Cristo. Não esqueçamos a criança, quando essa estiver em nossos braços.
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