Outra vez mais quero vos falar do momento
grave que passa o nosso País.
Vejo em todos os lugares incrível
decepção. O povo acordou de uma letargia que parecia sem fim. O grito que se
faz presente agora nas bocas da maioria da nossa gente tem um só brado:
liberdade.
Liberdade para escolher de novo o seu
representante maior.
Liberdade para ver a verdade prevalecer
diante da mentira que se instalou.
Liberdade para escolher os seus próprios
caminhos.
O governo que aí está fez o que fez porque
o nosso povo, na sua índole, quer ver um Brasil melhor e as juras durante a
eleição recente foi de continuidade deste projeto redencionista da maioria da
nossa pátria. Confiou naquela pessoa que disse que era possível caminhar nesta
direção, sem medo, porque o solo estava seguro, porque a estrada estava bem
sinalizada, porque havia todas as condições possíveis para o progresso das
ideias estabelecidas.
A mentira não pode fazer parte da
política. A mentira corrói a confiança que é o sustentáculo
de qualquer povo que elege a democracia como parâmetro de condução de seus
destinos.
O povo se revoltou porque imaginava que
estava entregando o seu futuro em boas mãos e quando menos esperava foi-lhe
traído por uma série de medidas que antagonizava o que havia sido garantido no
processo eleitoral.
Aqueles que me veem expressar estas
palavras poderiam imediatamente afirmar: quando é que os espíritos, aqueles que
morreram, devem interferir no destino dos humanos na carne?
Digo-vos que se assim me expresso é porque
possuo autorização maior. Nada escreveria que não tivesse o aval de tutores
espirituais experientes e comprometidos com a verdade. Em segundo lugar, o que
expresso não é nada mais do que aquilo que é de domínio público.
Reafirmo que não estamos numa brigada
partidária. Isto jamais. O que defendemos é a verdade. O que defendemos é o bem
coletivo. O que defendemos é a paz social.
O estado que se encontra o Brasil é de
paralisia. A economia em queda, o povo rebelde, a política em cheque.
Este estado de preocupação que nos
encontramos faz com que saiamos da nossa condição de expectador – que na
realidade jamais tivemos – para sermos mais atuantes e ajudar a resolver, no
que for possível, os problemas instalados.
As hipóteses de mudança já as comentei em texto passado. O
que observamos é que se pode, a curto prazo, se instalar um clima de desarmonia
social. Vemos manifestações que se agigantam. A periferia das cidades está em
ebulição. A descrença nos políticos chegou a patamares alarmantes. As pesquisas
de opinião demonstram que há, por parte da maioria do povo, um desgosto com a
política e com a democracia. Isto é grave, senhores, muito grave.
Aproveitadores de toda ordem estão a
espreita para dar o bote. Tais aproveitadores, sim, são perigosos, porque agem
não apenas por vontade própria, mas são delegados de forças sombrias e
interessadas no caos. Por isso, não podemos – ou melhor – não devemos cruzar os
braços.
Lutamos para que tudo melhore, que tudo se
reorganize. Se possível com os que estão instalados no poder, promovendo
mudanças profundas em todos os setores. Se não, que construamos uma saída negociada
e o menos traumática possível. O que interessa é o restabelecimento do
bem-estar social, político e econômico.
Do jeito que está não interessa aos homens
e mulheres da República que desejam efetivamente a melhora deste País.
Somos favoráveis ao entendimento.
Somos defensores da concórdia e da união.
Somos árbitros do bem e da justiça.
Não cruzar os braços significa por
encontrar alternativas de solução e não ficar esperando tudo se resolver sem
opinar ou participar.
Omissão, jamais.
Participação, cada vez mais.
Sejamos autores de outra realidade.
Renovemos juntos a esperança do nosso povo que deseja, tão somente, ter
instituições sólidas e que representem os anseios da maioria.
Justiça seja feita, mas os jovens é que
serão os protagonistas das mudanças, como sempre foi a postura deles ao longo
de todas as gerações.
Renovemos pelo exemplo.
Modifiquemos o status quo a começar por
cada um de nós.
E numa crescente, façamos deste País, como
tantos querem e se comprometeram, “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”.
Com paz e em Cristo!
Joaquim
Nabuco
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