Minha experiência tem me ensinado que a
preocupação exagerada com as coisas materiais é fútil, o que importa mesmo,
dentro do possível, é o olhar espiritual sobre as coisas da vida.
Tudo isso que aí está, de uma forma ou de
outra, desaparecerá. Tudo se tornará pó. E o que você irá fazer? Tomar a vida
pelo que perece é, no mínimo, um contrasenso ao espírito humano.
Esta preocupação com o espiritual não é a
apenas uma especulação, representa, antes de tudo, uma inquirição consciente da
verdade.
Alguns poderiam dizer que o que é
metafísico é ilusório, algo que é produto da imaginação ou da fé. Neste ponto,
sinto desapontá-los, não é mais. A crença em algo além da matéria já é factível
e passa como matéria obrigatória nos círculos científicos.
O que se precisa, neste contexto, é se
permitir adentrar para o novo, não para o sobrenatural ou para o mistério
infundado, mas aprofundar-se na perspectiva de que pode existir algo depois da
matéria, algo menos denso, menos pesado, portanto, mais sutil e específico.
Esta constatação, por si só, altera
completa o ritmo das coisas. A pessoa que se imagina um espírito imortal
conseguirá dar avanços significativos na crosta terrestre.
As almas dos homens não são outra coisa do
que sua própria essência, sua existência primordial, seu ser. O corpo físico é
unicamente uma roupa descartável quando não se pode mais usá-la. O espírito
liberto do corpo ganha asas para a verdadeira vida. É isso que é a vida.
Estes conceitos mínimos, mas absolutamente
naturais, são a base de sustentação de toda uma realidade a ser descoberta por
todos os seres humanos.
A constatação que somos seres imortais
pelo espírito transformará completamente os costumes terrenos nos fazendo pessoas
certamente melhores porque inverteremos esta lógica perversa da matéria, dando
lugar ao que é verdadeiro e permanente, a realidade do espírito.
Toda a nossa luta depois da morte tem sido
nesta direção. O eco de minhas palavras já ganhou milhares de pessoas que
souberam que aquele padre que morava em Pernambuco estava psicografando por um
médium espírita, no entanto, passada a euforia inicial da novidade, voltaram
aos seus cantos e não se deram conta de que a vida prossegue noutros termos.
Não a minha simples lembrança, de que sou até muito acanhado nos meus ditados,
mas o imenso arsenal de informações disponíveis neste sentido.
A minha querida Igreja Católica, por
razões conhecidas, simplesmente ignorou tal manifestação, como vem fazendo com
muitas outras revelações que são cruciais para o desenvolvimento intelectual e
moral do ser humano.
Ora, a descoberta, ou melhor, a
confirmação que somos seres imortais, conforme nos assegurou o Nosso Senhor
Jesus Cristo, quando nos disse que quem Nele cresse haveria de ter vida e vida
em abundância, deveria ser motivo de grande alegria. Meu depoimento apenas se
junta a outros tantos que já disseram de maneira concreta sobre a continuidade
da vida.
Torcemos que este Papa, se houver
condições e tempo na sua agenda de temas, possa dar alguma declaração neste
sentido e abrir as portas para o estudo sistemático da realidade espiritual. Se
a Igreja Católica deseja ser protagonista ou mesmo coadjuvar na nova era deverá
abrir os olhos também para esta pauta e, de maneira equilibrada, sensibilizar
aos seus adeptos para o depois do existir físico.
Estas verdades gritam aos ouvidos de
todos, tocam na sensibilidade da maioria, mas nos acostumamos em declinar
destes temas e colocar tudo no campo do mistério. Este tempo já passou, outro
tempo já se iniciou.
De minha parte, continuarei a bradar sobre
a imortalidade da alma, atendendo a promessa de tudo revelar, naquilo que me
for permitido, da terra dos imortais.
Um abraço,
Helder Camara
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