Em relação à matéria que fizemos
publicar, na semana anterior, nas páginas deste Blog, compreendo, sim, o
silêncio de alguns internautas.
Questão de livre arbítrio,
que, evidentemente, respeito.
Preferiram não opinar
claramente.
Optaram por evitar a
polêmica.
Não quiseram levar adiante
assunto tão delicado.
Contudo, no que se refere a
livre arbítrio, claro que todos sabem – ou, pelo menos, os de mente mais lúcida
– que eu também tenho meu.
Desencarnei, mas não morri.
E ainda estou longe de
transcender a minha condição humana.
Sou uma pessoa fora do
corpo, e, talvez, eu tenha me cansado de ficar em cima do muro...
Certa vez, quando ainda
tentava me equilibrar sobre o frágil muro de taipa das opiniões contraditórias,
extremamente exausto, clamei aos céus: - Senhor, eu estou cansado de ficar em
cima do muro... Naquele exato instante, tive a impressão de ouvir uma voz,
que, ecoando do Infinito, chegou aos meus ouvidos: - Então, desce Inácio!...
E eu desci! – não sei se do
lado que deveria descer, mas desci, e não pretendo mais subir, mesmo porque
nunca tive vocação para equilibrista.
Por isto tudo, e muito
mais, é que, aproveitando a fervura do caldeirão das ideias, desejo hoje tratar
de outro assunto, envolvendo a delicada questão da Mediunidade – ou melhor, a
delicada questão dos médiuns.
Ouço, vez e outra, ou leio,
aqui e ali, o anúncio de que tal médium de psicografia estaria a receber as
ditas “cartas familiares” sem necessidade alguma de qualquer entrevista prévia
com os seus destinatários encarnados – sem nem uma conversinha sequer.
Trata-se de uma inverdade.
Desculpem se,
involuntariamente, estou chutando a canela de alguém.
Dificilmente, com extrema
raridade – e coloque você raridade nisto! –, um médium de psicografia consegue
grafar uma mensagem convincente de um familiar desencarnado àquele outro que
ainda esteja na Terra, sem, pelo menos, algumas informações básicas que lhe
sirvam para estabelecer sintonia.
O médium que, hoje em dia,
pode ser classificado de autenticamente mecânico, em todos os transes a que se
submete, é mais raro do que honestidade de político...
Infelizmente, o que anda
acontecendo com muitos médiuns que se entregam à chamada tarefa do “consolo”, é
que, por si mesmos, ou, então, através de seus assessores, eles têm acesso às
informações detalhadas que, na limitada compreensão deles, emprestariam
autenticidade ao comunicado.
Alguns, segundo estou
sabendo, antes da sessão de psicografia, a fim de colherem dados,
inescrupulosamente, chegam a consultar a Internet...
Pasmem!
E tornem a pasmar mais
ainda!
Ora, para que este tipo de
fraude?! Tais “médiuns” estariam à procura de quê?! Fama?! Notoriedade?!
Viagens de graça ao Exterior?! Hospedagens em hotéis elegantes e banquetes em
restaurantes caros?!...
Vou lhes dizer uma coisa: o
pensamento do espírito na cabeça do médium é igualzinho a transplante de órgãos
– se não houver compatibilidade entre doador e receptor, não funciona!
E para encurtar a conversa,
que, certamente, há de render muito, Mediunidade, tanto para quem seja médium
quanto para quem não seja, é pegar ou largar!
Vejamos o que escreveu
Paulo, em sua
Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 14, versículo 22: “... a profecia
não é para os incrédulos, e, sim, para os que crêem.”
No mais, tenho dito.
Quem quiser continuar
expondo o Espiritismo, e a Mediunidade, ao ridículo, como se as pessoas fossem
tolas, que continue e arque com as consequências.
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de abril de 2015.
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