28.4.15

“MECANISMOS DA MEDIUNIDADE”

Eis, acima, o título de um dos mais importantes livros da lavra de André Luiz, devido à parceria mediúnica entre Chico Xavier e Waldo Vieira – infelizmente, porém, muito pouco conhecido e muito pouco citado pelos estudiosos do assunto.
Paira sobre o referido volume certa desinformação de que se trata de obra demasiadamente “científica”, e que, portanto, seria inacessível ao entendimento da maioria – o que não corresponde à realidade.
Hoje, no entanto, no singelo espaço deste Blog, deliberamos transcrever de “Mecanismos da Mediunidade” pequeno texto inserido no seu capítulo 18 – “Efeitos Intelectuais” –, devido à psicografia de Chico Xavier. O assunto em pauta está no parágrafo intitulado “Passividade Mediúnica”, e, sem dúvida, encerra extraordinária síntese.
“Se o médium consegue transpor, valoroso, a faixa de hesitações pueris, entendendo que importa, acima de tudo, o bem a fazer, procura ofertar a reta conduta, no reflexo condicionado específico da prece, à Espiritualidade Superior, e passa, então, a ser objeto da confiança dos Benfeitores desencarnados que lhe aproveitam as capacidades no amparo aos semelhantes, dentro do qual assimila o amparo a si mesmo.
Quanto mais se lhe acentuem o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e, com isso, mais se lhe aguçam as percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais.”
Procuremos destacar e traduzir:
- “transpor (...) hesitações pueris” – vencer dúvidas, questionamentos, comodismo, etc.
- “acima de tudo, o bem a fazer” – desejo de auxiliar, de ser útil – amor ao próximo!
- “reta conduta, no reflexo condicionado específico da prece” – sinceridade de propósitos, honestidade, transparência, fé.
- “CONFIANÇA DOS BENFEITORES DESENCARNADOS” – que, então, passarão a valer-se de suas possibilidades mediúnicas, ainda que diminutas e incipientes.
- “o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse” – note-se que a questão cultural, embora importante, não é prioritária – está citada em 3º lugar!
- “mais se lhe sutilizam os pensamentos” – INTUIÇÃO, NO AGUÇAR DE SUAS PERCEPÇÕES.
Vejamos que André Luiz não se refere, propriamente, a uma técnica de desenvolvimento mediúnico – a questão, óbvio, está mais ligada ao nível de espiritualidade que o médium consegue alcançar em seu esforço de renovação.
Os Espíritos Amigos não tutelam empreendimentos mediúnicos levados a efeito por instrumentos que não lhes inspirem confiança – desinteresse e sinceridade não são meras palavras!
Aparência de bondade não é bondade.
Aparência de sinceridade não é sinceridade.
Aparência de idealismo não é idealismo.
Desejo de servir não se confunde com desejo de ser servido.
Mediunidade não é trampolim para a fama.
Mediunidade é enxada nas mãos do lavrador, que, assim, é chamado a carpir a gleba de si mesmo, de maneira incansável, extirpando imperfeições.
É somente assim – permitam-me a expressão – que a “coisa” funciona!...
De outra maneira, não pensem que, com esse ou aquele médium, nós, os desencarnados já algo lúcidos, tenhamos algum tempo a perder.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 27 de abril de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário