59 –Tem o Espiritismo um papel especial junto da Sociologia?
-Na hora atual
da humanidade terrestre, em que todas as conquistas da civilização se subvertem
nos extremismos, o Espiritismo é o grande iniciador da Sociologia, por
significar o Evangelho redivivo que as religiões literalistas tentam inumar nos
interesses econômicos e na convenção exterior de seus prosélitos
(adeptos).
Restaurando os ensinos de Jesus para o homem e esclarecendo que os
valores legítimos da criatura são os que procedem da consciência e do coração, a
doutrina consoladora dos Espíritos reafirma a verdade de que a cada homem será
dado de acordo com seus méritos, no esforço individual, dentro da aplicação da
lei do trabalho e do bem; razão pela qual representa o melhor antídoto dos
venenos sociais atualmente espalhados no mundo pelas filosofias políticas do
absurdo e da ambição desmedida, restabelecendo a verdade e a concórdia para os
corações.
60 –Como se deverá comportar o espiritista perante a política do
mundo?
_O sincero discípulo de Jesus está investido de missão mais sublime,
em face da tarefa política saturada de lutas materiais. Essa é a razão por que
não deve provocar uma situação de evidência para si mesmo nas administrações
transitórias do mundo. E, quando convocado a tais situações pela força das
circunstâncias, deve aceita-las não como galardão para a doutrina que professa,
mas como provação imperiosa e árdua, onde todo êxito é sempre difícil. O
espiritista sincero deve compreender que a iluminação de um mundo,
salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é
a mais importante de todas, visto constituir e consolar e instruir, em Jesus,
para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida.
Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos,
porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de
renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal,
depreendendo-se daí que a verdadeira construção da felicidade geral só será
efetiva com bases legítimas no espírito das criaturas.
61 –Como devemos
encarar a política do racismo?
-Se é justo observarmos nas pátrias o
agrupamento de múltiplas coletividades, pelos laços afins da educação e do
sentimento, a política do racismo deve ser encarada como erro grave, que
pretexto algum justifica, porquanto não pode apresentar base séria nas suas
alegações, que mal encobrem o propósito nefasto de tirania e
separatividade.
62 –O “não matarás” alcança o caçador que mata por
divertimento e o carrasco que extermina por obrigação?
-À medida que
evolverdes no sentimento evangélico; compreendereis que todos os matadores se
encontram em oposição ao texto sagrado.
No grau dos vossos conhecimentos
atuais, entendeis que somente os assassinos que matam por perversidade estão
contra a lei divina. Quando avançardes mais no caminho, aperfeiçoando o aparelho
social, não tolerareis o carrasco, e, quando estiverdes mais espiritualizados,
enxergando nos animais os irmãos inferiores de vossa vida, a classe dos
caçadores não terá razão de ser.
Lendo, os nossos conceitos, recordareis os
animais daninhos e, no íntimo, haveis de ponderar sobre a necessidade do seu
extermínio. É possível, porém, que não vos lembreis dos homens daninhos e
ferozes. O caluniador não envenena mais que o toque de uma serpente? Com frieza
a maquinaria da guerra incompreensível não é mais impiedosa que o leão
selvagem?...
Ponderemos essas verdades e reconheceremos que o homem
espiritual do futuro, com a luz do Evangelho na inteligência e no coração, terá
modificado o seu ambiente de lutas, auxiliando igualmente os esforços evolutivos
de seus companheiros do plano inferior, na vida terrestre.
Da obra “O Consolador” – Espírito: Emmanuel
– Médium: Francisco Cândido Xavier - Livro a venda
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