“BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”
De
quando a quando, na imprensa espírita, surgem críticas infundadas sobre o teor
da excelente obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, da lavra
mediúnica de Chico Xavier, psicografada por Humberto de Campos, cuja primeira
edição veio a lume em 1938.
Alguns, mais exaltados, censuram a postura do
autor espiritual que, em capítulo específico, destaca a importância do trabalho
desenvolvido pela “Federação Espírita Brasileira”, que, de fato, em décadas
passadas cumpriu com relevante papel na defesa dos postulados
espíritas.
Todavia, sem, outra vez, desejar entrar no mérito do chamado
“Pacto Áureo”, e das atividades doutrinárias atuais da FEB, que, em muitos
aspectos, não coadunam com o nosso pensamento, desejamos dizer que a
controvertida questão, de o Brasil vir a ser, ou não, a futura Pátria do
Evangelho, não depende unicamente da conduta, ou mesmo do desejo, dos
espíritas.
Para que no Brasil se concretize a esperança que a Espiritualidade
Superior nele deposita, na proposta que encerra o livro de Humberto de Campos,
evidentemente, muita coisa necessita mudar...
No caráter do povo...
Na
idoneidade dos políticos...
Na sinceridade dos religiosos...
E, por aí
vai.
Não será pela lavratura de um decreto de natureza espiritual, que, a
rigor, não existe, e ao som de clarinadas angelicais, que o Brasil haverá de se
tornar a Pátria do Evangelho!
E, caso não venha a ser o que dele se espera
que seja, nada há de se estranhar, ou de culpar a Espiritualidade que referendou
a obra de Humberto de Campos, porque, afinal, a inicialmente escolhida Pátria do
Evangelho, a Judeia, se transformou em sangrento campo de batalha!
Do
Espiritismo em seu berço, pouco mais resta que o dólmen de Allan Kardec, no
Père-Lachaise, em Paris, a difundir os princípios da Terceira Revelação, que,
praticamente, foram sepultados por várias guerras que, envolvendo a França,
assolaram a Europa.
Prefaciando o mencionado livro, Emmanuel escreveu:
“Peçamos a Deus que inspire os homens públicos, atualmente no leme da Pátria do
Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos
os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto
a magnitude dos seus precípuos deveres.”
Infelizmente, contudo, a nosso ver,
em relação aos homens públicos, salvo uma exceção ou outra, isto está muito
longe de acontecer – não por falta de inspiração dos Planos Maiores, mas por
falta de receptividade das mentes humanas que se encontram no leme da promissora
Pátria do Cruzeiro!
Neste sentido, pedimos vênia para, igualmente, dizer que,
movido por interesses subalternos, até mesmo ao homem comum está faltando amor
pelo Brasil, para que, de uma vez por todas, ele consiga se erguer no concerto
das nações, e não mais se apresente ao mundo de modo tão miseravelmente
desmoralizado como vem acontecendo.
Humberto de Campos, no último parágrafo
do seu “Esclarecendo”, exortou: - “Brasileiros (...)! Não nos compete
estacionar, em nenhuma circunstância, e sim marchar, sempre, com a educação e
com a fé realizadora, ao encontro do Brasil, na sua admirável espiritualidade e
na sua grandeza imperecível.”
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 24 de
outubro de 2014.
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