Quetão 270 do Livro dos Espíritos
VOCAÇÃO
Parece-nos simples essa
pergunta, no entanto, ela foi feita para enriquecer mais os conhecimentos
espirituais das criaturas. O Codificador era inspirado pelos benfeitores
espirituais na formulação das perguntas, de maneira a mostrar a verdade aos que
desejarem despertar seus dons que se encontram em estado latente.
A vocação
de certas pessoas para tal ou qual profissão está ligada à escolha que fez
quando Espírito livre da matéria. Parece, para os ignorantes, que a criatura
escolheu, naquele momento, o que deveria seguir, mas a escolha já se encontrava
feita nos guardados da consciência.
A vida é organizada porque Deus é
harmonia, e harmonia na sua profundidade é Amor. O passado reflete no presente,
assim como esse nos fala do futuro. Se desejamos um futuro de paz e de luz, não
escondamos as mãos; acionemo-las, no trabalho honesto e na dignidade cristã,
lembrando-nos sempre de dar com uma mão sem que a outra veja.
Cada criatura
de Deus é um mundo com extensões imensuráveis. Existem campos e mais campos de
trabalho, e a lavoura é fértil em todos os seus aspectos. Estamos com o celeiro
cheio de sementes depositadas pelos nossos atos. Examinemos que tipo delas
guardamos no coração, se as devemos lançar ao solo, pois sabemos que colhemos o
que semeamos.
Se deve o encarnado fazer algumas reformas morais, que as faça
logo, enquanto se encontra nas lides do mundo, aproveitando a oportunidade de se
render à evidência. Se escolheu com alegria por que deve optar como profissão,
não deve se esquecer que a vida é um solo santo que recebe o que nele se
deposita, devolvendo mais tarde os frutos correspondentes para o seu
caminho.
Não devemos chorar de revolta pelas dificuldades que atravessamos na
carne ou em Espírito. Elas são as conseqüências do que fizemos das
oportunidades. Se escolhemos a medicina na linha de reajustes no mundo, vejamos
o que dela fazemos. Lembremo-nos primeiro da honestidade na profissão. O ouro
empana a visão daqueles em que a usura é filha da sua ganância. Se seguimos o
caminho do Direito, observemos a conduta ante o desespero alheio. Se fecharmos
os olhos ao nosso mandato, podemos complicar a nossa vida quando voltarmos para
a pátria verdadeira.
A vocação é um ministério, e cada profissão deve ser um
sacerdócio em Cristo, ajudando a despertar os valores morais em cada coração.
Devemos ganhar para viver, e não vivermos para ajuntar o ouro, sem que esse ouro
circule em favor do próximo. A profissão tanto pode elevar como destruir as
nossas possibilidades.
Se já somos conscientes da verdade, podemos ajudar aos
que nos cercam, mostrando a cada um, pela palavra e pelo exemplo, o que devemos
fazer das profissões, para que o mundo de amanhã se torne um paraíso de Deus, e
benefício dos homens, mas, para tanto, a conquista é o molde de luz para a paz
de consciência. Não joguemos fora o que Deus depositou em nosso caminho, como
trabalho. Aprimoremos cada vez mais tudo que fazemos, sem nos esquecermos de
convidar Jesus para nos inspirar no que fazer das oportunidades que nos foram
entregues por misericórdia.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia -
Miramez
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