Questão 269 do Livro dos Espíritos
O Espírito pode perfeitamente se enganar na escolha da prova que
queira experimentar na Terra. A sua percepção, não atingindo a realidade, leva-o
a pensar que está sendo inteligente escolhendo provas de ociosidade, tendo, como
no dizer popular, só "sombra e água fresca". Quando volta ao mundo espiritual
ele se arrepende, e deseja retornar com volume maior de obrigações e com provas
duras, para compensar o tempo perdido, na ilusão que lhe enganava.
Ele pode,
também, pedir provas além das suas forças e sucumbir no meio do caminho. Os
extremos são perigosos, mesmo quando objetivamos o bem; tudo depende das forças
da alma que já despertou, e os benfeitores espirituais deixam, em nome do
Criador, que certas situações ocorram, quando isso serve de lições mais
profundas ao Espírito, de maneira a se conscientizar da verdade. Até o próprio
engano é lição, porque as conseqüências favorecerão ao Espírito a oportunidade
de procurar os caminhos mais acertados.
Ninguém engana a Deus. As Suas leis
são agentes de luz na disciplina das criaturas; compete a cada uma analisar e
decidir-se a fazer a vontade do Senhor que vibra em tudo.
A Doutrina dos
Espíritos, como bênção de Deus, ajuda os homens no labor de compreender, mesmo
na Terra, certas leis que vigoram e os faz entender o que devem seguir,
encontrando na caridade o mesmo amor que salva e que instrui, que aprimora e que
eleva, que clareia a vida e que dá vida. É no sentido do bem para todos que
pedimos aos nossos companheiros que não percam tempo.
Escutemos as
conversações dos homens honrados, estejam eles onde estiverem. Quantos desses
não estão no mundo com a missão de levantar o padrão moral das criaturas!?
Registra-se esse fato em todo o mundo. Copiemos a vida dos grandes seres, que
eles são rastros de luz a deixar herança para os que têm boa vontade no
aprendizado.
Procuremos analisar as verdades que já nos foram apresentadas,
que encontraremos caminhos iluminados por onde seguir, na marcha para
Deus.
Os enganos são inúmeros na Terra, sendo sinal de volta dolorosa à
mesma, com serviço dobrado e deveres multiplicados pela soma da ignorância.
Comecemos agora a trabalhar o nosso interior. A cada passo que dermos,
conscientes do nosso dever de esforçar para subir, as mãos de Deus
auxiliar-nos-ão, com mais vigor, por termos aproximado delas, pela decisão de
trabalhar em nosso bem e no bem comum.
Não nos esqueçamos da oração, que ela
nos colocará em condições de fugir do engano, a dispensar-nos meios de
compreender o valor do nosso próprio trabalho em nosso favor.
Analisemos o
provérbio: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. Essa é uma grande verdade,
que não deveria ser somente dita, mas vivida. Quem cultiva seu campo íntimo,
caminhando lado a lado com Jesus, espalha sementes de luz no próprio caminho, e
será clareado por ele, e nunca se enganará nas escolhas que pode fazer para a
sua glória, rumo à glória de Deus.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia -
Miramez
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