A vida é feita de ciclos. Ciclos
que têm início e têm fim. Mal se percebe e se está envolvido num deles. É algo
que inevitavelmente é preciso se passar. Uma experiência nova, um
relacionamento, um acidente, uma doença, um trabalho profissional, enfim, tudo
que possua prazo certo normalmente se constitui num ciclo de vida.
Todos eles
são necessários para o bem do ser humano. Começa e termina. É importante
identificá-lo, vivenciá-lo, aprender com ele, e quando ele estiver em declínio,
indo embora, não resistir, deixar ele se ir. Isto porque há ciclos que nos dão
enorme prazer. É natural, portanto, que desejemos que eles perdurem
indefinidamente. Nestes casos, fundamental, é exercer o desapego.
Um
relacionamento amoroso é o melhor exemplo disso. Começa-se um namoro,
apaixona-se, trocam-se juras, pensam até em se casar. Com o tempo, como aquilo
não era para valer, as coisas começam a esfriar para um dos lados, não se tem
mais interesse. Ora, quem ainda está envolvido não quer deixar passar aquela
oportunidade, mas, na prática, o relacionamento já se acabou. O que fazer?
Aceitar e deixar tudo nas mãos de Deus.
Um emprego é a mesma situação. O
trabalhador se entusiasma, gosta do que está fazendo, fica motivado, parece ser
o emprego da sua vida. Em dado instante, não se sabe bem quando, toda aquela
energia vai diminuindo. Isto não é bom para ninguém, nem para o patrão nem para
o trabalhador. É algo que precisa desatar logo para não prejudicar ninguém.
O
ciclo é uma etapa que se inicia, tem um ápice, geralmente, e depois declina até
chegar ao ponto inicial de energia zero. A leitura dos ciclos nas nossas vidas é
essencial para se viver bem.
Uma pessoa que sabe que algo está em declínio e
começa a se preparar para abandonar aquela situação é sábia.
Um dos ciclos
mais comuns é a própria vida na Terra.
Começa o ciclo como criança, passa-se
para a adolescência, entra-se na maturidade, e aí, lentamente, tem início o
processo de partida. É preciso paciência para enfrentar o decesso. Aliás, em
cada fase do ciclo devemos buscar a melhor experiência possível para tirar o
proveito daquela situação.
Sofrer pelo fim de um ciclo é algo compreensível,
aceitável, mas não é desejável que perdure por muito tempo porque, além de
gastar energias interiores preciosas, atrasa o início de novo ciclo que já bate
à sua porta.
Aprenda com a natureza. Com o mar, que gera as suas ondas lá
distante, chega ao cume e se dissipa ao chegar à areia. Com a lua, que se renova
constantemente em quatro fases, da plenitude ao ocaso. Com a própria noite, que
chega sorrateira com a ida do próprio sol, mas é inteligente em ir embora quando
percebe que ele está irremediavelmente de volta.
Ciclos. Ir e vir. Avançar e
declinar. Tudo para começar de novo em novas bases. Como seria bom que os homens
entendessem estas máximas da vida. Evitariam transtornos enormes e, certamente,
viveriam mais feliz.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara
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