Espírito Masculino/Feminino
O Espiritismo ensina que o Espírito não tem sexo,
podendo encarnar-se como homem ou como mulher, em diferentes existências, mas
que costuma escolher, preferentemente, um ou outro sexo, renascendo
continuamente como home ou mulher, (Questões números 200 a 202, de "O Livro dos
Espíritos".) Ao comentar as respostas, Kardec escreveu o seguinte:
"Os
Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não tem sexo. Visto que
lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes
proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem
experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os
homens."
Dessa forma, não são muito precisas as expressões Espírito feminino
e Espírito masculino, que são usadas à falta de outras. A questão é bem mais
complexa do que parece à superfície.
Certa vez, perguntei a um amigo
espiritual por que difere tanto, na sua estrutura psíquica, o Espírito
encarnado como homem, daquele que se encarna como mulher. O homem é mais
agressivo, dado a gestos de coragem física, menos sentimental, ao passo que a
mulher inclina-se mais à compassividade, à renúncia, ao recato, sendo, portanto,
mais acessível à emoção e aos sentimentos. Por que isso, se, não tendo sexo, os
Espíritos deveriam ser semelhantes?
Disse-me ele, coerente com os postulados
doutrinários, que como Espíritos conservam características em comum, mas ao se
reencarnarem, aceitam condições que lhe facultam desenvolvimento de certa
faculdades, em detrimento de outras; ou melhor, optam pelo aprimoramento de
alguns aspectos espirituais em que estejam particularmente
interessados.
Assim é realmente. Como a perfeição deverá resultar, um dia, do
desenvolvimento harmonioso de todas as faculdades possíveis ao ser humano, é
natural que este tenha que ir por etapas, cultivando-as em buques, até que,
alcançando o ponto desejado, possa encetar outras realizações.
Tentemos, não
obstante, ampliar um pouco mais a questão, na esperança de alcançar uma visão
mais clara de suas dificuldades. Ao responderem à pergunta formulada por Kardec
(Têm sexos os Espíritos?), os instrutores informaram o seguinte:
“Não como o
entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e
simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”
Certamente que
sentiram, esses instrutores, que não era tempo, ainda, de aprofundar mais a
questão, mas disseram o bastante para compreendermos alguns pontos essenciais.
De fato, a Doutrina nos ensina, alhures, que o ser encarnado resulta de um
“arranjo” entre três componentes distintos: espírito, perispírito e corpo
físico. Ao declararem que o sexo depende da organização, deixaram bem entendido
que a diferenciação sexual não alcança o núcleo da individualidade,
representado pelo Espírito imortal, pois fica contida nos limites extremos da
organização perispiritual.
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