27.3.14


Questão 294 do Livro dos Espíritos

     LEMBRANÇAS
    Duas pessoas, ao se encontrarem, encarnadas ou desencarnadas, podem gerar antipatia entre si, de modo que o ódio avance em seus sentimentos, dando azo à guerra de pensamentos e, por vezes, até brigas que podem envolver os familiares e amigos a eles achegados.
    Isso, às vezes, não passa de lembranças do passado, quando o subconsciente entrega ao consciente aquilo que trazia guardado, motivado por intrigas que a vigilância esqueceu de rechaçar, por faltar a educação cristã.
    Essas lembranças induzem ao afastamento um do outro, ou grupos de grupos. Esse distúrbio é nascido do orgulho e do egoísmo, frutos da inferioridade dos seres que desconhecem o amor.
    Devemos inquirir os nossos guardados profundos, meditarmos de vez em quando se não estão vazando para o nosso consciente lembranças desagradáveis. Se encontrarmos alguma, vamos dar de mãos no trabalho do esquecimento, desfazê-la com o perdão, para a conquista de amigos. Se eles não desejarem a nossa amizade, devemos fazer a nossa parte, que é dever dos que já conhecem o Cristo. Essas lembranças que inquietam nossas consciências podem se dar, também, com espíritos desencarnados. Os que estão na carne sofrem com isso, tornando-se um princípio de obsessão. São os inimigos fora do corpo, que podem atuar por tempo indeterminado, dependendo do que está sendo atingido por vibrações pesadas. Eis aí o momento da operação e da caridade, eis aí a hora do perdão, pedindo a Deus nos ajude a fazer o bem de todos os lados, no conhecimento da verdade, a fim de nos libertar dos inimigos invisíveis.
    Mas o melhor é torná-los amigos, pelos meios que ensina a Doutrina Espírita, revivendo Jesus. Afastar do inimigo não significa libertar-se dele. Se, por acaso, o ambiente não for favorável à reatação de amizade, oremos por ele, ou por eles, que Deus sabe como nos aproximar, no devido tempo, em correspondência com os nossos esforços pelos canais do perdão e da caridade.
    Devemos desfazer todas as lembranças incompatíveis com o bem comum, e alimentar as recordações de amor e de amizade, porque essas últimas são segurança da paz e sustentação do amor.
    Jesus é unidade. Ele é o Pastor de todo o rebanho e não deseja que ele se divida, por simples egoísmo.     A missão do Evangelho é tomar todas as criaturas unidas, sob o signo do amor.
    Ao se encontrar com alguém que conhece, onde quer que seja, deve o homem estar disposto a lembrar-se dos feitos nobres, dele e dos outros, que essa recordação o levará ao entendimento, ajudando-a no aprendizado e estendendo-o à sabedoria das leis de Deus.
    Comunguemos, pois, com todas as criaturas que queiram se libertar dos entraves do mal e esplendor nas forças do bem, que em quaisquer esforços nesse sentido mãos invisíveis ajudar-nos-ão a caminhar para a alegria imortal e cristã.
    Lembremo-nos do amor, e que ele se faz acompanhar da caridade. Lembremo-nos do perdão, que sempre vem acompanhado da alegria. Lembremo-nos da fraternidade, que traz a harmonia ao coração, e não devemos nos esquecer de Jesus, pois Ele nos faz sentir acompanhados da lembrança viva de Deus.

Livro: Filosofia Espírita VI - João Nunes Maia - Miramez

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