150 ANOS DE “O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO”
Para mim, o livro mais importante da Codificação não é “O
Livro dos Espíritos”, e tampouco “O Livro dos Médiuns”, mas sim “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, que agora, no próximo mês de Abril, estará completando
150 anos de seu lançamento.
E isto porque, em minha opinião, na Doutrina
Espírita, o Cristo é mais importante que Kardec, ou que qualquer outro espírito
que tenha participado do movimento que culminou com o surgimento da Terceira
Revelação.
Em nenhuma outra Obra do chamado Pentateuco Kardeciano, a
concretização da promessa de Jesus, em relação ao advento do Consolador, se fez
ou se faz tão clara.
Escrevendo e fazendo publicar “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” é que Allan Kardec se superou – foi o seu momento de maior força, e
não de maior fragilidade como alguém já chegou a opinar.
Foi a partir deste
terceiro livro das Obras Basilares, que o Codificador fez editar em plena
maturidade do vigor intelecto-moral que lhe era próprio, prestes a completar 60
de idade, que o Espiritismo, efetivamente, passou a reviver o Cristianismo, e
mostrou ao mundo a que ele viera.
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, foi a
Obra na qual Allan Kardec trabalhou mais sigilosamente, porque muitos adeptos da
Doutrina já se batiam, pretendendo que o seu aspecto científico sobressaísse ao
seu aspecto moral, e foi a partir de sua publicação que, intra e extramuros, as
lutas do Codificador ainda mais se acirraram.
Ele, no entanto, compreendeu
que os Princípios Fundamentais da Terceira Revelação, sem se clarificarem no
Cristo, continuariam a ser meras informações de caráter filosófico que pouco
haveriam de contribuir para a renovação íntima das criaturas.
No capítulo VI
de “O Evangelho”, sugestivamente intitulado por ele de “O Cristo Consolador”, o
Espírito da Verdade grafou em advertência aos adeptos de todos os tempos do
Espiritismo: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos,
este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem
humana os erros que nele se enraizaram”!
Infelizmente, porém, “O Evangelho”
prossegue sendo interpretado por muitos como apenas um livro de orações,
inclusive, capaz, para alguns, com o simplesmente mantê-lo aberto dentro de
casa, de exorcizar os “maus” espíritos e afastar as influências
negativas...
Lamentável!
Todavia, para nós outros, sem dúvida, “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” permanece na condição do maior desafio que a
própria Vida nos endereça, porque nos concita a internalizar as lições
libertadoras que, há cerca de dois mil anos, o Cristo nos transmitiu...
Sem,
portanto, “O Evangelho”, o Espiritismo se confundiria com uma doutrina esotérica
qualquer que, igualmente, apregoa a realidade da Reencarnação, porém, repetimos,
sem resultados práticos em termos da realização do Reino de Deus em nós
mesmos.
Neste século e meio da publicação deste verdadeiro Best seller da
literatura espiritualista em todo o mundo, em grande parte, o que o Espiritismo
avançou deve a ele, porque, de fato, se no Espiritismo existe um lenço para
enxugar todas as lágrimas e uma voz para confortar todos os corações que sofrem,
esta voz e este lenço se encontram consubstanciados em suas luminosas
páginas!...
Talvez por este motivo, e outros, quando determinado confrade,
certa vez, perguntou de maneira descontraída a Chico Xavier a respeito da
novidade, o médium, inspiradamente, respondeu:
- Ah, meu filho, a novidade é
o Evangelho!...
Uma novidade que, para os espíritas, estará agora, no próximo
mês de Abril – mês de tão significativa importância para a Doutrina –,
completando 150 anos!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de março de
2014.
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