Minha Vida depois da Morte - II
A vida continua.
Não me canso de dizer
estas coisas para que os que me leem não se cansem também de lembrar.
O
simples fato de saber que a vida existe depois da morte deve renovar de
esperanças a toda pessoa que na Terra queira fazer algo em benefício de si e do
próximo.
Eu mesmo acreditava na vida depois da morte, mas confesso que
possuía uma visão distorcida. Quando aqui chegamos e percebemos o quanto tudo é
tão natural nos espantamos com tamanha singularidade, mas, ao mesmo tempo, com
tamanha simplicidade desta outra realidade do ser.
O mundo aqui é
parecidíssimo com o mundo daí. Devo confessar, porém, que é melhor. Há outras
possibilidades, justamente por ser a essência espiritual, do que no mundo
físico.
A vantagem é porque podemos conviver com o mundo físico em
consonância com o mundo espiritual, então temos duas experiências simultâneas. O
inverso, porém, embora aconteça, é coberta pelo véu do esquecimento para a
maioria das criaturas.
Minha vida aqui é normal. Mantenho a rotina de sempre
no convento em que vivo. Tudo muito simples, mas de extrema delicadeza e beleza.
Tudo muito limpo, tudo esteticamente perfeito. Vivo com outros padres. Homens
que usaram a batina na terra e possuem os mesmos desejos de melhora interior e
compromisso em servir ao Pai pelas mãos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vivo, o
tempo todo, em trabalho constante. Não há um só dia que não temos novidades do
lado de cá. Participamos de tarefas internas e externas. Sou convocado a
participar de missões por aqui e também entre vocês. Tudo normal, nada de
sobrenatural.
Alimento-me com aí na Terra. Nada demais. Uma alimentação
frugal, mas deliciosa, dentro dos padrões deste lado da existência. Temos
necessidades ainda próximas dos seres humanos que estão no corpo físico. Não
somos almas penadas como aquelas que aparecem nos filmes. Somos iguaizinhos ao
que éramos aí. A diferença é que pude remoçar-me. Adquiri uma aparência que
tinha aos meus 60 anos de idade aproximadamente.
A juventude não é apenas no
corpo, mas reflete-se também na alma. Sinto-me mais disposto, mais tranquilo,
mais leve, se é que me entendem.
Não sou santo e nem vivo perto de Deus com
outros eleitos. Do lado de cá não tem nada disso, pelo menos que eu saiba. Somos
todos trabalhadores do Cristo para fazer uma terra melhor. Só isso.
Trabalho
e recebo visitas. Aqueles que descobrem onde estou chegam para me visitar, de
quando em quando. É tudo muito natural como aí no mundo físico.
É assim a
minha vida e espero, com minha humilde contribuição neste blog, dizer da minha
satisfação de continuar servindo ao Pai deste lado de cá.
Quero com isso
aliviar o pensamento de tantos quantos tenham fantasias do que vão encontrar por
aqui. Quero também deixar claro aos meus irmãos de caminho que tenho as minhas
limitações. O que sei, o que posso fazer, o que posso dizer, é o que transmito.
Há coisas que já descobri, mas não tenho, por enquanto, possibilidade de
relatar. Aguardem!
Deixo o meu abraço caloroso nesta manhã de domingo e que
Deus nos abençoe!
Helder Camara
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