27.1.14


Minha Vida depois da Morte I

Eu venho de longe, de muito longe. As paradas que tive, antes de aqui chegar, foram muitas. Parei para descansar. Parei para me alimentar. Parei em todo lugar. O que fiz? O que fiz foi me preparar para aqui chegar. E chego com ânimo renovado, com esperanças redobradas, com vontade de acertar.
Minhas paradas, antes de aqui chegar, tinham um propósito maior. Queria saber direito o que dizer. Pois é, quando “morri” sabia pouco da vida do lado de cá. Passei um tempo a me adaptar. Queria saber como tudo funcionava deste lado da vida. Procurei informações, dividi experiências, fiz de tudo um pouco para não trazer as mãos vazias.
Tudo que perguntei foi com a finalidade de melhor saber e, um dia, poder transmitir a toda a gente. Foi aí que, ao saber que poderia me comunicar com as pessoas na Terra, tive o impulso de pedir permissão para este feito.
- Agora não, Helder, agora não! Espere um pouco mais.
Aguardei em silêncio a permissão para me comunicar com os que aqui deixei. Foi uma espera inquieta porque me animava, o tempo todo, falar logo o que encontrei do lado de cá da vida. Havia um motivo para aquela demora, eu sei, tranquilizar a minha alma efervescente em dizer das novidades aqui encontradas.
Aprendi que tudo tem seu tempo certo no lado de cá da vida. Tudo tem uma razão de ser, que nada acontece por acaso. Foi permitido, certo dia, falar da minha vida, mas quem poderia fazê-lo?
Fui para lá e para cá a procura de médiuns. Lógico que procurei entre os meus irmãos católicos. Há muitos médiuns entre nós, mas todos se fecham diante das revelações espirituais. Têm medo de serem condenados pelas comunicações que vierem através deles. Fecham-se e não possibilitam a escrita mediúnica, pelo menos abertamente. Conheço muitos que escrevem, escrevem, mas guardam tudo a sete chaves para que ninguém saiba. Ai, se um superior souber que eles psicografam, pensam.
Pois bem, então me foi dirigido a um rapaz espírita para fazer este trabalho. Ele me encontrou em sono físico e me disse que topava a parada, mas achava-se incompetente para realizar tal feito. Então disse-lhe:
- Então somos dois, aprenderemos juntos ao mesmo tempo. Você me permite e eu tento lhe ajudar.
Deu certo!
Foi assim que surgiu a minha parceria espiritual com o médium Carlos Pereira. Ele me conhecia de longe, admirava-me como sacerdote, mas a distância. Foi aí que falei mais sobre mim e, pouco a pouco, fomos nos conhecendo.
Descobri de seu passado na Igreja Católica. Foi padre como eu em vidas passadas. Não o reconheço de outros tempos, mas sei que foi gente fluente no clero. Tinha seu nome na boca de Roma, pelo seu prestígio onde atuava, mas seus planos de servir a Igreja de maneira mais plena, foi-lhe subtraído por interesses menores. Foi aí que se restringiu a ficar onde estava e ao “morrer” conheceu a doutrina espírita, a qual se maravilhou, e o resto da história deve ser contada por ele.
De minha parte, agradeço a parceria. Sei que ele poderia fazer mais e faz na medida do possível, mas não me queixo. É dedicado e o mais importante: é correto comigo e com o que eu escrevo. Tem coragem de ser criticado por esta iniciativa de dois mundos, até porque muitos pensam que já sou santo, santo coisa nenhuma, eu sou gente normal, sempre fui, não é porque morri que deixarei de ser.
Voltemos a nossa conversa inicial.
Com o tempo, percebi que nosso ajuste de sintonia aumentava gradualmente. Meus pensamentos se ajustavam corretamente aos dele. Aí, então, passei a alimentar a ideia de escrever um livro com os escritos que transmitia. Assim, nasceu “Novas Utopias”. Por que dei este nome ao meu primeiro livro como “morto”? Simplesmente porque a descoberta da continuidade da vida depois da morte vislumbra novos e grandes horizontes para o ser humano na Terra, proporcionando-lhe novas aspirações, novos ideais, um novo jeito de viver e ser.
Dele para “No Coração de Deus” foi um pulo. Anotações sobre a vida foram aproveitadas e constitui um bom livro de bolso para lembrar as coisas boas da vida e nossa relação com o outro e com Deus Pai.
O outro texto, denominado por mim de “Em Razão de Viver”, conta outras reflexões pós-morte. Sabia da necessidade de continuar a escrever para dizer a toda a gente de mais conclusões que tinha no lado de cá da vida.
Outros chegarão e outros ainda estão em projeto. Utilizei-me, de tempos para cá, de outra médium, a querida irmã Antonieta. Que menina linda e meiga. Gosto muito do seu contato, pois, além da beleza exterior que lhe é peculiar ao primeiro contato, encontrei a beleza maior, que é a beleza da alma. Ela é mais ajustada ao pensamento católico que ainda trago dentro de mim. O Carlos é padre distante, a Antonieta é católica recente. Os dois me dão um bom caldo de produção e de projetos, graças a Deus.
Foi nesta história de escrever para vocês que me pus a escrever neste blog semanalmente. Coloco aqui as minhas reflexões do dia a dia e solto-me nos pensamentos. Agora quero mais, se for possível.
Gostaria, quem quisesse, de responder perguntas daqueles que leem estas linhas.
Coloquem no blog as suas perguntas, as suas dúvidas, e eu, no que puder responder, darei as minhas respostas. Carlos estará ligado em relacioná-las nos meus contatos semanais e eu trarei as respostas dentro do possível.
Um abraço a todos deste padre incansável em querer servir mais e melhor ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
Helder Camara

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