Minha Vida depois da Morte I
Eu venho de longe,
de muito longe. As paradas que tive, antes de aqui chegar, foram muitas. Parei
para descansar. Parei para me alimentar. Parei em todo lugar. O que fiz? O que
fiz foi me preparar para aqui chegar. E chego com ânimo renovado, com esperanças
redobradas, com vontade de acertar.
Minhas paradas, antes de aqui chegar,
tinham um propósito maior. Queria saber direito o que dizer. Pois é, quando
“morri” sabia pouco da vida do lado de cá. Passei um tempo a me adaptar. Queria
saber como tudo funcionava deste lado da vida. Procurei informações, dividi
experiências, fiz de tudo um pouco para não trazer as mãos vazias.
Tudo que
perguntei foi com a finalidade de melhor saber e, um dia, poder transmitir a
toda a gente. Foi aí que, ao saber que poderia me comunicar com as pessoas na
Terra, tive o impulso de pedir permissão para este feito.
- Agora não,
Helder, agora não! Espere um pouco mais.
Aguardei em silêncio a permissão
para me comunicar com os que aqui deixei. Foi uma espera inquieta porque me
animava, o tempo todo, falar logo o que encontrei do lado de cá da vida. Havia
um motivo para aquela demora, eu sei, tranquilizar a minha alma efervescente em
dizer das novidades aqui encontradas.
Aprendi que tudo tem seu tempo certo no
lado de cá da vida. Tudo tem uma razão de ser, que nada acontece por acaso. Foi
permitido, certo dia, falar da minha vida, mas quem poderia fazê-lo?
Fui para
lá e para cá a procura de médiuns. Lógico que procurei entre os meus irmãos
católicos. Há muitos médiuns entre nós, mas todos se fecham diante das
revelações espirituais. Têm medo de serem condenados pelas comunicações que
vierem através deles. Fecham-se e não possibilitam a escrita mediúnica, pelo
menos abertamente. Conheço muitos que escrevem, escrevem, mas guardam tudo a
sete chaves para que ninguém saiba. Ai, se um superior souber que eles
psicografam, pensam.
Pois bem, então me foi dirigido a um rapaz espírita para
fazer este trabalho. Ele me encontrou em sono físico e me disse que topava a
parada, mas achava-se incompetente para realizar tal feito. Então
disse-lhe:
- Então somos dois, aprenderemos juntos ao mesmo tempo. Você me
permite e eu tento lhe ajudar.
Deu certo!
Foi assim que surgiu a minha
parceria espiritual com o médium Carlos Pereira. Ele me conhecia de longe,
admirava-me como sacerdote, mas a distância. Foi aí que falei mais sobre mim e,
pouco a pouco, fomos nos conhecendo.
Descobri de seu passado na Igreja
Católica. Foi padre como eu em vidas passadas. Não o reconheço de outros tempos,
mas sei que foi gente fluente no clero. Tinha seu nome na boca de Roma, pelo seu
prestígio onde atuava, mas seus planos de servir a Igreja de maneira mais plena,
foi-lhe subtraído por interesses menores. Foi aí que se restringiu a ficar onde
estava e ao “morrer” conheceu a doutrina espírita, a qual se maravilhou, e o
resto da história deve ser contada por ele.
De minha parte, agradeço a
parceria. Sei que ele poderia fazer mais e faz na medida do possível, mas não me
queixo. É dedicado e o mais importante: é correto comigo e com o que eu escrevo.
Tem coragem de ser criticado por esta iniciativa de dois mundos, até porque
muitos pensam que já sou santo, santo coisa nenhuma, eu sou gente normal, sempre
fui, não é porque morri que deixarei de ser.
Voltemos a nossa conversa
inicial.
Com o tempo, percebi que nosso ajuste de sintonia aumentava
gradualmente. Meus pensamentos se ajustavam corretamente aos dele. Aí, então,
passei a alimentar a ideia de escrever um livro com os escritos que transmitia.
Assim, nasceu “Novas Utopias”. Por que dei este nome ao meu primeiro livro como
“morto”? Simplesmente porque a descoberta da continuidade da vida depois da
morte vislumbra novos e grandes horizontes para o ser humano na Terra,
proporcionando-lhe novas aspirações, novos ideais, um novo jeito de viver e
ser.
Dele para “No Coração de Deus” foi um pulo. Anotações sobre a vida foram
aproveitadas e constitui um bom livro de bolso para lembrar as coisas boas da
vida e nossa relação com o outro e com Deus Pai.
O outro texto, denominado
por mim de “Em Razão de Viver”, conta outras reflexões pós-morte. Sabia da
necessidade de continuar a escrever para dizer a toda a gente de mais conclusões
que tinha no lado de cá da vida.
Outros chegarão e outros ainda estão em
projeto. Utilizei-me, de tempos para cá, de outra médium, a querida irmã
Antonieta. Que menina linda e meiga. Gosto muito do seu contato, pois, além da
beleza exterior que lhe é peculiar ao primeiro contato, encontrei a beleza
maior, que é a beleza da alma. Ela é mais ajustada ao pensamento católico que
ainda trago dentro de mim. O Carlos é padre distante, a Antonieta é católica
recente. Os dois me dão um bom caldo de produção e de projetos, graças a
Deus.
Foi nesta história de escrever para vocês que me pus a escrever neste
blog semanalmente. Coloco aqui as minhas reflexões do dia a dia e solto-me nos
pensamentos. Agora quero mais, se for possível.
Gostaria, quem quisesse, de
responder perguntas daqueles que leem estas linhas.
Coloquem no blog as suas
perguntas, as suas dúvidas, e eu, no que puder responder, darei as minhas
respostas. Carlos estará ligado em relacioná-las nos meus contatos semanais e eu
trarei as respostas dentro do possível.
Um abraço a todos deste padre
incansável em querer servir mais e melhor ao Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Helder Camara
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