9.1.25

AO VIAJOR DA VIDA

Artur Ragazzi*

Foge à ilusão da forma que te ilude
Entre sombras e lápides terrenas.
Surpreenderás, na carne, sonho apenas
De infância, mocidade e senectude...  
 
Ri-se o berço... Depois, a juventude
E’ ligeira estação de horas serenas...
Depois, ainda, as lágrimas e as penas
Da velhice a chorar o inverno rude...
 
Que a aspereza da estrada pouco importe...
Segue, de coração piedoso e forte,
Plantando o amor na Terra vasta e rica.
 
Marca a esparzir o bem de escala a escala!
O bem – o dom de paz que te assinala ;
Somente o bem é a luz de amor que fica.
 
(*) Poeta largamente relacionado e estimado nos ambientes literários e sociais de Belo Horizonte. Italiano de nascimento, veio com os pais, ainda menino, para o Brasil, fixando-se em Ouro Preto. Em 1897, inaugura,da a nova capital mineira, aí passou a residir até ao fim de sua existência. Foi uma das principais expressões do alto comércio de Belo Horizonte e elemento de valor nos círculos literários que nessa cidade se formaram à sombra de Alphonsus de Guimaraens e de Mendes de Oliveira. «Poeta de largos recursos,» – di-lo a Folha de Minas, em 5 de Novembro de 1948 – «era também Artur Ragazzi uma alma pura e sensível a todas as manifestações do calor humano..» Em vários jornais e revistas mineiros e cariocas saíram estampadas as suas produções líricas, «donde rescendem impulsos sinceros de uma inspiração privilegiada, a par de notável poder de expressão verbal». (Veneza, Itália, 31 de Julho de 1879 – Belo Horizonte, Minas Gerais, 4 de Novembro de 1948.)
BIBLIOGRAFIA : Cavaleiro Andante ; Coivara Acesa ; algumas inéditas.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.

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