Questão nº876
Sempre que te reportes à
justiça, repara que Deus a fez assistida pelo amor, a fim de que os caídos não
sejam aniquilados.
Terás contigo a lógica
indicando-te os males e o entendimento inspirando-te o necessário socorro aos
que lhes sofrem o assédio.
Onde passes, compadece-te dos
vencidos que contemples à margem...
Muitos pranteiam as ilusões
que lhes trouxeram arrependimento e remorso e muitos se levantam ainda sobre os
próprios enganos, à maneira de trapezistas inconscientes, ensaiando o último
salto ao precipício da morte.
Dir-te-ão alguns não
precisarem de teu consolo, fugindo-te à presença, com receio da verdade que te
brilha na boca, e outros, que desceram do poder renovador do trabalho, preferem
rolar no vício, descendo, mais cedo, os degraus do sepulcro.
Além deles, porém, surgem
outros... Os que desanimaram em plena luta, recolhendo-se ao frio da
retaguarda, os que enlouqueceram de sofrimento, os que perderam a fé por falta
de vigilância, os que se transviaram à mingua de reconforto e os que se abeiraram
do suicídio, tomados pelo superlativo do desespero...
Tentando dar-lhes remédio,
ergue o mundo penitenciárias e hospitais, reformatórios e manicômios; no entanto,
para ajudá-los, confere-te o Cristo a flama do amor no santuário do coração.
Todos esses padecentes da
estrada têm algo para ensinar.
Os que tombam esmagados de
aflição induzem-te ao serviço pelo mundo melhor, e os que se arrojam a monstruosos
delitos falam, sem palavras, em. Louvor do equilíbrio de que dispões,
auxiliando-te a preservá-1o.
Não permitas que a justiça de
tua alma caminhe sem amor, para que se não converta em garra de violência.
Ao pé dos maiores celerados
da Terra, Deus colocou mães que amam, embora esses filhos desditosos de suas
bênçãos lhes transformem a vida em fonte de lágrimas.
Diante, pois, dos vencidos de
todas as condições e de todas as procedências, não mostres desprezo, nem grites
anátema.
Não lhes conheces a história
desde o princípio e não percebes, agora, a causa invisível da dor que os
degrada.
Ora e auxilia em silêncio,
porque não sabes se amanhã raiará teu instante de abatimento e de angústia, e
manda a regra divina façamos aos outros aquilo que desejamos nos seja feito.
Justiça sem amor é como terra
sem água.
Recorda que o próprio Cristo,
reconhecendo que os vencedores do mundo habitualmente se inclinam à vaidade -
perigosa armadilha para quedas maiores -, preferiu nascer na palha dos que
vagueiam sem rumo, viver na dificuldade dos menos felizes e morrer na cruz
reservada às vítimas do crime e aos filhos da escravidão.
Livro
“Religião dos Espíritos” – Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os
livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à
Casa Espírita de Oração Amor e Luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário