15.1.19

JUSTIÇA E AMOR


Questão nº876

Sempre que te reportes à justiça, repara que Deus a fez assistida pelo amor, a fim de que os caídos não sejam aniquilados.
Terás contigo a lógica indicando-te os males e o entendimento inspirando-te o necessário socorro aos que lhes sofrem o assédio.
Onde passes, compadece-te dos vencidos que contemples à margem...
Muitos pranteiam as ilusões que lhes trouxeram arrependimento e remorso e muitos se levantam ainda sobre os próprios enganos, à maneira de trapezistas inconscientes, ensaiando o último salto ao precipício da morte.
Dir-te-ão alguns não precisarem de teu consolo, fugindo-te à presença, com receio da verdade que te brilha na boca, e outros, que desceram do poder renovador do trabalho, preferem rolar no vício, descendo, mais cedo, os degraus do sepulcro.
Além deles, porém, surgem outros... Os que desanimaram em plena luta, recolhendo-se ao frio da retaguarda, os que enlouqueceram de sofrimento, os que perderam a fé por falta de vigilância, os que se transviaram à mingua de reconforto e os que se abeiraram do suicídio, tomados pelo superlativo do desespero...
Tentando dar-lhes remédio, ergue o mundo peniten­ciárias e hospitais, reformatórios e manicômios; no en­tanto, para ajudá-los, confere-te o Cristo a flama do amor no santuário do coração.
Todos esses padecentes da estrada têm algo para ensinar.
Os que tombam esmagados de aflição induzem-te ao serviço pelo mundo melhor, e os que se arrojam a mons­truosos delitos falam, sem palavras, em. Louvor do equilíbrio de que dispões, auxiliando-te a preservá-1o.
Não permitas que a justiça de tua alma caminhe sem amor, para que se não converta em garra de vio­lência.
Ao pé dos maiores celerados da Terra, Deus colocou mães que amam, embora esses filhos desditosos de suas bênçãos lhes transformem a vida em fonte de lágrimas.
Diante, pois, dos vencidos de todas as condições e de todas as procedências, não mostres desprezo, nem grites anátema.
Não lhes conheces a história desde o princípio e não percebes, agora, a causa invisível da dor que os degrada.
Ora e auxilia em silêncio, porque não sabes se amanhã raiará teu instante de abatimento e de angústia, e manda a regra divina façamos aos outros aquilo que desejamos nos seja feito.
Justiça sem amor é como terra sem água.
Recorda que o próprio Cristo, reconhecendo que os vencedores do mundo habitualmente se inclinam à vaidade - perigosa armadilha para quedas maiores -, preferiu nascer na palha dos que vagueiam sem rumo, viver na dificuldade dos menos felizes e morrer na cruz reservada às vítimas do crime e aos filhos da escravidão.

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