Reunião pública de 10-8-59
Questão n 218
No estudo das ideias inatas,
pensemos nos jovens, que somam às tendências do passado as experiências
recém-adquiridas.
Com exceção daqueles que
renasceram submetidos à observação da patologia mental, todos vieram da estação
infantil para o desempenho de nobre destino.
Entretanto, quantas
ansiedades e quantas flagelações quase todos padecem, antes de se firmarem no
porto seguro do dever a cumprir!...
Ao mapa de orientação
respeitável que trazem das Esferas Superiores, a transparecer-lhes do
sentimento, na forma de entusiasmos e sonhos juvenis, misturam-se as
deformações da realidade terrestre que neles espera a redenção do futuro.
Muitos saem da meninice
moralmente mutilados pelas mãos mercenárias a que foram confiados no berço, e
outros tantos acordam no labirinto dos exemplos lamentáveis, partidos daqueles
mesmos de quem contavam colher as diretrizes do aprimoramento interior.
Muitos são arremessados aos
problemas da orfandade, quando mais necessitavam de apoio amigo, junto de
outros que transitam na Terra, à feição das aves de ninho desfeito, largados,
sem rumo, à tempestade das paixões subalternas.
Alguns deles, revoltados
contra o lodo que se lhes atira à esperança, descem aos mais sombrio a
volutabros do crime, enquanto outros muitos, fatigados de miséria, se refugiam
em prostíbulos dourados para morrerem na condição de náufragos da noite.
Pede-se-lhes o porvir, e
arruina-se-lhes o presente.
Engrinalda-se-lhes a forma, e
perverte-se-lhes a consciência.
Ensina-se-lhes o verbo
aprimorado em lavor acadêmico, e dá-se-lhes na intimidade a palavra degradada
em baixo calão.
Ergue-se-lhes o ideal à
beleza da virtude, e zomba-se deles toda vez que não se revelem por tipos
acabados de animalidade inferior.
Fala-se-lhes de glorificação
do caráter, e afoga-se-lhes a alma no delírio do álcool ou na frustração dos
entorpecentes.
Administra-se-lhes abandono,
e critica-se-lhes a conduta.
Não condenes a mocidade,
sempre que a vejas dementada ou inconsequente.
Cada menino e moço no mundo é
um plano da Sabedoria Divina para serviço à Humanidade, e todo menino e moço
transviado é um plano da Sabedoria Divina que a Humanidade corrompeu ou
deslustrou.
Recebamos os jovens de
qualquer procedência por nossos próprios filhos, estimulando neles o amor ao
trabalho e a iniciativa da educação.
Diante de todos os que
começam a luta, a senha será sempre – «velar e compreender» –, a fim de que
saibamos semear e construir, porque, em todos os tempos, onde a juventude é
desamparada, a vida perece.
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