Questão 480 do Livro dos
Espíritos
Sendo os “demônios” nossos
irmãos, por que expulsá-los, sem dar-lhes, em primeiro lugar, o nosso amor?
Onde estaria a caridade que tanto aprendemos com Jesus? Os demônios são
considerados, notadamente, os Espíritos ignorantes, da lei de amor. Eles
precisam conhecer esse amor que os tornará bons, pela natureza da verdadeira
bondade.
Expulsar para onde? Eles,
quando se juntam a determinada pessoa, o fazem por lei de afinidade. Nesse
caso, esta pessoa deveria acompanhá-los, para onde deseja que eles vão, se os
expulsa. A Doutrina dos Espíritos nos ensina que devemos tratar o doente, seja
qual for a enfermidade, pelas causas que a geraram, e não pelos seus efeitos.
Se a causa da obsessão é a enfermidade moral da criatura, para expulsá-los
basta curar primeiro a criatura, trabalhar nas mudanças dos pensamentos e das
ações que têm o poder de gerar ambiente de atração de Espíritos do mesmo
sentimento. Convém entender esta lei, para ficarmos livres daquilo que não
desejamos.
A oração mais forte, pela
qual logo seremos atendidos, é a prece da vida que levamos. Se pensamos de uma
forma, esse pensamento é uma súplica, e é por ele que se aproximam de nós os
nossos iguais. É lei de justiça. Para ficar livre de todas as espécies de
“demônios”, basta harmonizar a mente com a mente de Jesus. Pode ser que no
início não se alcance tanta harmonia quanto a do Cristo, mas o importante é
começar, que é neste começo que o Senhor passa a ajudar, e se houver
continuidade no esforço para melhorar, as mãos invisíveis trabalharão em nosso
socorro com a mesma insistência que aplicamos em nosso caminho. Devemos cuidar
de nós mesmos, em todas as oportunidades. Sem preparo, como ajudar aos outros?
A expulsão de demônios,
mencionada no Evangelho, foi por demais generalizada, colocando todo
desequilíbrio como sendo influência de Espíritos inferiores, e a Reforma pegou
ao pé da letra muitos dos ensinamentos, sem compreender a essência espiritual.
Vê bem o que Jesus sempre, ou quase sempre, dizia com o doente que Ele curava:
-“Vai e não peques mais”, mostrando que toda enfermidade tinha princípio nas
faltas cometidas. Ainda hoje está plenamente atualizada a palavra do Mestre, e
principalmente as interpretações dadas pela Doutrina dos Espíritos.
Reformando-se a mente, o modo
de pensar e de agir, educando-se as palavras, vai limpando o carma, porque ele
é efeito das desarmonias da alma. É o que já falamos muitas vezes em diversas
mensagens: melhorando por dentro, tudo por fora melhora. Quem deseja se
certificar dessa verdade, pode experimentar o que dizemos. Toda semente que
semeamos em terra boa, cresce e dá frutos, pelo mesmo valor que a intimidade
dela carrega. Muitas religiões e filosofias combateram ferozmente a Doutrina
dos Espíritos; hoje abrandaram depois que passaram a conhecer os fundamentos do
Espiritismo com Jesus, porque o bem é imortal, é como o sol que não se apaga.
Ele é alimento em forma de luz, para bons e maus, para justos e injustos, por
ter nascido do amor.
Se queres chamar a
enfermidade de demônio, que chames; se queres chamar os Espíritos de demônios que
o faças; mas verdade é que essas coisas ou Espíritos se encontram ligadas aos
homens, e mesmo aos Espíritos, por afinidade espiritual. Os desejos são
atrações fortes, atraindo tudo que vibra na sua faixa. Se és alegre, a alegria
vem ao teu encontro, da maneira que pensas que ela é boa para ti. Assim o amor,
assim a fraternidade e os outros sentimentos.
Não deves pensar em expulsar
os demônios, mas em ajudá-los na sua educação, para que se tornem anjos. Esse é
o trabalho que alegra Jesus.
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