A perda da esperança é algo
muito sério. As pessoas normalmente acreditam em algo e colocam as suas vidas
naquilo que desejam acreditar. É a vida de alguém completamente dedicada a uma
causa ou a outra pessoa. Isto é muito sério porque um desastre pode acontecer a
qualquer momento, caso as esperanças depositadas não sejam atendidas.
O caso da política, por
exemplo, reflete essa verdade numa dimensão muito evidente porque envolve
muitas pessoas ao mesmo tempo, às vezes milhões de pessoas. Imagine o que seja
uma comunidade inteira ou até mesmo um País sentir-se enganado, usurpado,
traído. É muito triste uma decepção.
A esperança movimenta o ser
humano. Dá forças a ele para avançar no progresso. Agiganta o entusiasmo, traz
vida aos dias. É um mobilizador de atitudes renovadoras. Pois bem, do mesmo
jeito que leva para a frente também pode recuar sobejamente. E o pior: pode
carregar consigo a revolta com a desilusão e acreditar que todos são iguais.
Não é bem assim.
Em primeiro lugar, a
esperança se renova sempre senão não seria esperança. Depois, ela não pode
estar condicionada a algo exterior, mas ao seu ânimo de fazer algo acontecer.
Os outros podem servir de ponto de apoio, mas jamais como responsáveis desse
impulso.
Dedicar uma vida a uma causa,
já disse anteriormente, rejuvenesce e proporciona ter uma razão para viver. É
muito saudável e absolutamente necessário termos uma motivação para existir,
mas tenhamos o devido cuidado para não ancorarmos a nossa vida naquilo que não
possuímos controle. Algo, portanto, exterior a nós, fora do domínio das nossas
mãos, pode levar tudo a perder se o objeto da nossa esperança eventualmente
falhar.
Eu deposito esperança em mim,
na fé que me move, no Deus que me criou, em Jesus que é meu guia. Claro que
acredito nas pessoas e confio nelas. A vida é feita de apostas e entregas. Eu,
no entanto, sei que elas podem não me corresponder as expectativas e acharei
isto muito normal e não me causará desespero por causa disso. O outro pode
falhar naquilo que eu esperava como também eu posso frustrar uma expectativa
que tenham de mim. É absolutamente natural este fenômeno.
O que pensar, porém, de
alguém que aposta todas as suas fichas em algo ou alguém e, de repente, se
percebe só?
Imediatamente vem a minha
mente o desejo de ajudar essa pessoa, tentar tirá-la da armadilha que ela mesma
criou para si. É duro, mas ela terá que aprender com seus erros. E não mais
repeti-los, esse é o ganho da experiência. Mas jamais deixar de acreditar em
alguém.
Esperança é isso e muito
mais. Esperançar e não esperar. Eis o que deve ser entendido e, por essa razão,
é tão mal vivido.
Esperança na sua vida, meu
irmão, hoje e sempre!
Helder Camara – Blog Novas
Utopias
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