Reunião pública de 9-3-59
Questão nº 937
Estudando a humildade,
vejamos como se comportava Jesus no exercício da sublime virtude.
Decerto, no tempo em que ao
mundo deveria surgir a mensagem da Boa-Nova, poderia permanecer na glória
celeste e fazer-se representar entre os homens pela pessoa de mensageiros
angélicos, mas preferiu descer, Ele mesmo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe
as vicissitudes.
Indubitavelmente, contava com
poder bastante para anular a sentença de Herodes que mandava decepar a cabeça
dos recém-natos de sua condição, com o fim de impedir-lhe a presença;
entretanto, afastou-se prudentemente para longínquo rincão, até que a descabida
exigência fosse necessariamente proscrita.
Dispunha de vastos recursos
para se impor em Jerusalém, ao pé dos doutores que lhe negavam autoridade no ensino
das novas revelações; contudo, retirou-se sem mágoa em demanda de remota
província, a valer-se dos homens rudes que lhe acolhiam a palavra consoladora.
Possuía suficiente virtude
para humilhar a filha de Magdala, dominada pela força das sombras; no entanto,
silenciou a própria grandeza moral para chamá-la docemente ao reajuste da vida.
Atento à própria dignidade,
era justo mandasse os discípulos ao, encontro dos sofredores para consolá-los
na angústia e sarar-lhes a ulceração; todavia, não renunciou ao privilégio de
seguir, Ele mesmo, em cada canto de estrada, a fim de ofertar-lhes alívio e
esperança, fortaleza e renovação.
Certo, detinha elementos para
desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato; porém, apesar de tudo, conservou-o
até o último dia de luta, entre aqueles que mais amava.
Com uma simples palavra,
poderia confundir os juízes que o rebaixavam perante Barrabás, autor de crimes
confessos; contudo, abraçou a cruz da morte, rogando perdão para os próprios
carrascos.
Por fim, poderia condenar Saulo
de Tarso, o implacável perseguidor, a penas soezes, pela intransigência
perversa com que aniquilava a plantação do Evangelho nascente; mas buscou-o, em
pessoa, às portas de Damasco, visitando-lhe o coração, por sabê-lo enganado na
direção em que se movia.
Com Jesus, percebemos que a
humildade nem sempre surge da pobreza ou da enfermidade que tanta vez somente
significam lições regeneradoras, e sim o talento celeste é atitude da alma que
olvida a própria luz para levantar os que se arrastam nas trevas e que procura
sacrificar a si própria, nos carreiros empedrados do Mundo, para que os outros
aprendam, sem constrangimento ou barulho, a encontrar o caminho para as bênçãos
do Céu.
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