Alguns espíritas tomam as
narrativas de André Luiz, em “Nosso Lar”, para serem excessivamente rigorosos
com o autor espiritual, que, sem dúvida, em suas páginas, procurou
apequenar-se, a fim de transmitir aos encarnados as realidades da Vida além da
morte.
André Luiz, em “Nosso Lar”,
adotou – digamos assim – o mesmo comportamento que o médium Chico Xavier
adotava, quando se colocava no centro das lições que afirmava pertencerem a
Emmanuel, quando, na maioria das vezes, o Benfeitor Espiritual parecia ser
excessivamente rigoroso com ele.
Fazemos este preâmbulo para
que os nossos irmãos não deixem de melhor reparar no que o autor de “Nosso Lar”
anotou nos primeiros parágrafos do capítulo 45 – “No Campo da Música”.
“(...) Não obstante a
escassez dos meus dias de serviço, já dedicava grande amor àquelas Câmaras. As
visitas diárias do Ministro Genésio, a companhia de Narcisa, a inspiração de
Tobias, a camaradagem dos companheiros, tudo isso me falava particularmente ao
espírito. Narcisa, Salústio e eu, aproveitávamos todos os instantes de folga
para melhorar o interior, aqui e ali, suavizando a situação dos enfermos, que
estimávamos de todo o coração, como se fossem nossos filhos.”
Ora, que categoria de
espírito que houvesse, há tão pouco tempo, sido albergado em “Nosso Lar”, se
mostraria assim tão amoroso com os doentes, a ponto de quase considerá-los como
se lhe fossem filhos?!
Por iniciativa própria, com
Narcisa e Salústio, aproveitando instantes de folga, André se dedicava a
oferecer aos enfermos melhores condições de tratamento.
Vocês conhecem, na Terra,
algum médico que, no hospital público em que trabalha, aja dessa maneira?!
Claro que deve existir, mas, de tão raro, chega a ser quase invisível ao olhar
humano, não é mesmo?!
*
As novidades relatadas no
capítulo 45 são inúmeras:
- Novamente, André faz
referências ao entardecer e ao anoitecer, em “Nosso Lar”, tornando a deixar
evidente a existência de dia e noite no Mundo Espiritual, porque o chamado
Mundo Espiritual é também um orbe que gira em torno de si mesmo e do Sol, nos
conhecidos movimentos de Rotação e Translação. Você já pensou nisto?! Quantos
imaginam o Mundo Espiritual um mundo estático, não é?!
- Dona Laura, mãe Lísias,
iniciaria o seu processo de reencarnação, ou de volta ao corpo carnal, na
próxima semana e, por conta disso, “a casa estava repleta de contentamento” –
não havia qualquer sinal de luto ou tristeza.
- André, que havia sido
convidado ao “Campo da Música”, ouve de Dona Laura palavras bem humoradas:
“Tome cuidado com o coração!...” Com certeza, a mãezinha de Lísias desejou
alertá-lo para que procurasse se resguardar das saudades da família que ele
havia deixado na Terra... Ou ainda, quem sabe, para que se cuidasse em seu campo
afetivo, em relação a novas amizades que pudesse vir a fazer...
- Lísias diz a André, quando
ambos descem do aeróbus, numa das praças do Ministério da Elevação:
“Finalmente, vai você conhecer minha noiva, a quem tenho falado muitas vezes a
seu respeito.” André, esboçando surpresa, diz ao amigo: “É curioso encontrarmos
noivados, também por aqui...”
A surpresa do autor
espiritual de “Nosso Lar” é semelhante, inclusive, de muitos espíritas que até
hoje ficam sem entender que haja noivados no Mundo Espiritual – e, cá entre
nós, muito mais que noivados...
*
Seria interessante que os
estudiosos do Espiritismo procurassem explicar tais esclarecimentos, não
permanecendo na expectativa de que os considerados “mortos” tenham a obrigação
de tudo explicar.
Vocês não acham?!...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 26 de fevereiro
de 2018.
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