Consumada a crucificação de Jesus Cristo, a
primeira pessoa para quem o seu Espírito se fez visível foi para Maria de
Madalena.
Muitos estudiosos dos Evangelhos formulam
uma indagação: Por que essa preferência? Por que não apercebeu primeiramente
para sua mãe ou para os seus apóstolos?
Não é muito fácil explicar a razão profunda
dessa prioridade, porém, procuraremos elucidar a questão.
Se perlustrarmos as páginas dos Evangelhos,
do começo ao fim, jamais encontraremos um paralelo com aquilo que ocorreu com a
célebre mulher de Magdala, pois melhor
do que ninguém ela assimilou e viveu os ensinamentos de Jesus. ninguém melhor
do que ela soube desvencilhar-se dos vícios e desprender-se das coisas deste
mundo.
Maria Madalena seguiu de forma irrestrita a
recomendação do Mestre: aquele que tomar do arado não olhe mais para trás.
Difícil tarefa é na realidade a luta contra
os vícios. Muitas pessoas não conseguem, às vezes, vencer maus hábitos
insignificantes e o que se dirá quando tem que lutar contra vícios tenebrosos e
arraigados, vícios que há largos anos dormitam dentro de suas almas?
O orgulho, a vaidade, o ódio, a
sensualidade, são outras tantas formas de viciações que assoberbam as criaturas
humanas e tem sido a causa de verdadeiros descalabros morais e espirituais,
originando sérios conflitos interiores e mesmo tornando-se a causa de guerras,
de desagregações sociais.
Existem vícios que se arraigam nos seres
humanos e os acompanham mesmo após a chamada morte física, constituindo sérios
embaraços para a emancipação da alma.
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Numa das suas maravilhosas mensagens, o
Espírito de Emmanuel, analisando a questão da Aparição do Mestre a Maria
Madalena, explica:
Por que razões profundas deixaria o Divino
Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida, para surgir aos olhos de
Madalena em primeiro lugar? Somos naturalmente compelidos a indagar porque não
teria aparecido antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de Mãe ou
aos discípulos amados?
Entretanto, o gesto de Jesus é
profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa-Nova, ninguém fez
tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível
obsidiada de Magdala. Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto, mais tarde, porque
a consciência do apóstolo dos gentios era apaixonada pela Lei, mas não pelos
vícios. Madalena, porém, conhecera o fundo amargo dos hábitos difíceis de serem
extirpados, amoleceu-se ao contato de entidades perversas, permanecia
"morta" nas sensações que operam a paralisia da alma."
Apostila do Curso de Aprendiz
do Evangelho
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