Dando sequência às nossas
reflexões sobre o capítulo 37, de “Nosso Lar” – “A Preleção da Ministra”,
Narcisa explica a André Luiz que apenas os companheiros mais “adiantados na
matéria”, que seria objeto da exposição de Veneranda, poderiam interpelá-la –
eles haviam adquirido tal direito “pela aplicação ao assunto”. E é Narcisa quem
ainda esclarece: “O Governador determinou essa medida, nas aulas e palestras de
todos os Ministros, a fim de que os trabalhos não se convertessem em
desregramento da opinião pessoal, sem base justa, com grave perda de tempo para
o conjunto.”. Notem os internautas que nos acompanham o quanto a questão do
tempo é levada a sério nas Dimensões Espirituais mais altas, principalmente em
respeito àqueles aos quais cabe a tarefa de instruir, que não devem, em suas
exposições, serem interrogados por questões de caráter pessoal, nas quais
muitos, em momento impróprio, costumam se estender desnecessariamente.
*
Veneranda não se fez anunciar
à assembleia por nenhum de seus títulos, sequer sendo anunciada por um locutor,
qual, infelizmente, anda na moda nos Congressos Espíritas, com os oradores
sempre apresentados pela leitura de extenso e enfadonho currículo, que nada tem
a ver com a simplicidade que deve caracterizar o nosso Movimento.
*
A preleção da Ministra, que
logo tomou a palavra, sem qualquer formalidade, girou em torno do pensamento,
justificando a escolha do tema: “Encontram-se, entre nós, no momento, algumas
centenas de ouvintes que se surpreendem com a nossa esfera cheia de formas
análogas às do planeta. Não haviam aprendido que o pensamento é a linguagem
universal? Não foram informados de que a criação mental é quase tudo em nossa
vida?” Com base, talvez, em tais palavras, ainda nos deparamos com aqueles que
insistem em dizer que tudo o existente em o Mundo Espiritual é criação da mente
– sim, tanto quanto são criação da mente encarnada todos os engenhos existentes
na Terra, desde a invenção da roda!
*
Pedimos licença para efetuar
pequena digressão, que nos fornece, porém, importante material de reflexão para
que melhor possam os nossos irmãos encarnados entender a vida que os espera
deste Outro Lado. Transcreveremos do livro “Chico Xavier, à Sombra do
Abacateiro”, a lúcida palavra de Emmanuel, na tarde de 20 de novembro de 1982:
“Imaginem que nós todos
perdemos o corpo físico ontem... Mas não perdemos o nosso sentido de viver,
porque somos eternos. Então o nosso instinto funcionaria procurando a companhia
de outras pessoas... Estaríamos aqui à procura de fazer alguma coisa, a sermos
aproveitados nisso ou naquilo...
Não temos méritos para subir
aos Céus, mas também nos acreditamos filhos de Deus e não seríamos enviados a
regiões inferiores... Não deixaríamos de ser nós mesmos; cada qual com aquilo
que fez, com as imperfeições de cada um de nós, especialmente eu, trazemos de
vidas passadas... Todos estaríamos ajustando os nossos pensamentos para saber
aqui quem é que poderia ensinar, encaminhar, maternar crianças abandonadas...
Procuraríamos, enfim, um meio de trabalhar e de servir.
Uma reunião como esta nos
lembra reuniões que faremos futuramente; quando chegarmos ao Mundo Espiritual,
procuraremos os que pensam de um modo semelhante ao nosso para sabermos o que
vamos fazer. Procuremos fazê-los, então, desde agora...
Estamos numa reunião, em que
o acesso é dado a todos, para que não haja nenhuma desculpa; estamos no mesmo
chão, debaixo do mesmo teto... Não temos diferenças do ponto de vista social,
senão o respeito que devemos a cada um. Sermos como somos, vestirmos o que
pudermos... (O Chico, aqui, alude à liberdade que impera numa reunião espírita,
onde cada qual comparece como pode e como é, sem recear críticas, sem ter que
prestar obediências a protocolo, etc.) Essas reuniões precedem as reuniões que
virão depois... Partiremos ao encontro de uma vida, e todos sentiremos
necessidade de ser úteis, de ajudarmos uns aos outros; buscaremos o auxílio de
alguém e alguém buscará auxílio em nós... Vamos pensar nisto. Não é filosofia
de morte, não é pessimismo... De quando em vez, vamos pensar que estamos
desencarnados. Como vamos ajudar um filho que ficou à distância, uma mãe, um
irmão? Reuniões como esta têm a função de repartirmos com os nossos irmãos o
pouco que temos (...). Se realizam, em nome do Cristo, ao ar livre, onde todos
puderam estar com todos e ser como são, sem nenhuma pergunta. Estamos livres
para pensar que somos eternos e que vamos facear esta situação em outros
Planos... Isto pode, de certo modo, ativar a nossa marcha para a frente e a
nossa melhoria dentro de nós mesmos.
É o que diz o nosso
Emmanuel.”
*
Realmente, cremos que nós, os
espíritas, estamos necessitando de estudar e refletir um pouco mais! Não acham
os nossos irmãos e irmãs internautas?!
Estaríamos, depois da morte
do corpo carnal, mentalmente habilitados a construir uma vida muito diversa da
vida que vivemos enquanto encarnados?!...
INÁCIO FERREIRA - Blog
Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 6 de novembro
de 2017.
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