Concluindo as nossas ligeiras
reflexões sobre o capítulo 37, de “Nosso Lar”, versando sobre a preleção da
Ministra Veneranda, estimaríamos ainda destacar alguns trechos de sua inspirada
e profunda dissertação.
- “Será crível que, somente
por admitir o poder do pensamento, ficasse o homem liberto de toda a condição
inferior? Impossível!
Uma existência secular, na
carne terrestre, representa período demasiadamente curto para aspirarmos à
posição de cooperadores essencialmente divinos. Informamo-nos a respeito da
força mental no aprendizado mundano, mas esquecemos que toda a nossa energia,
nesse particular, tem sido empregada por nós, em milênios sucessivos, nas
criações mentais destrutivas ou prejudiciais a nós mesmos.”
Antes de Cristo, em termos
evolutivos, o que éramos sobre a Terra?! Qual seria o nosso grau de lucidez
espiritual, no que se refere, por exemplo, à própria imortalidade e as nossas
condições de sobrevivência além da morte?!
Em dois mil anos, ou vinte
séculos, quantas vezes teremos vindo ao Mundo Espiritual e voltado a Terra, em
novo corpo, sem justa noção da própria desencarnação?!
Quais os pensamentos que nos
“fizeram” a cabeça até agora, quando, então, estamos tendo oportunidade de
conhecer o Espiritismo, que, segundo Emmanuel, “é processo libertador de
consciências, a fim de que a visão do homem alcance horizontes mais altos”?!
*
No excelente livro
“Pensamento e Vida”, da lavra mediúnica de Chico Xavier, Emmanuel, no capítulo
20 – “Hábito” –, considera que “o hábito é uma esteira de reflexos mentais
acumulados, operando constante indução à rotina.
Herdeiros de milênios, gastos
na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora,
quase que à maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no rio de hábitos
aos quais nos ajustamos sem resistência.”
E mais adiante, acentua:
“Nesse círculo vicioso, vive
a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada,
procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo,
aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que despende longos séculos,
começando e recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.” (destacamos)
Lamentável verdade!
No entanto, mesmo agora, com
a Terceira Revelação, o pensamento de muitos prossegue oferecendo resistência à
Verdade, com imensa tendência ao comodismo.
Alguns adeptos do
Espiritismo, por exemplo, continuam não aceitando as revelações constantes nas
obras de André Luiz, preferindo ficar apenas com o que os Espíritos falaram a
Kardec – para eles, o espírito desencarnado vive em função de uma nova encarnação
na Terra, posto que, através do trabalho e do estudo, não lhe é dado progredir
no Planeta Espiritual!
*
Infelizmente, temos
constatado enorme dificuldade da parte até de alguns companheiros considerados
mais cultos para aceitarem o que, já em 1935, no livro “Cartas de Uma Morta”,
Maria João de Deus, a genitora de Chico nos falava pelo seu abençoado lápis: “A
vida é o eterno fenômeno dos jogos vibratórios e tempo virá em que as almas na
Terra compreenderão o papel do espírito na sua esfera infinita de influenciação.”
*
O mundo real é somente o
Espiritual – o Espiritual do Espiritual, e, assim. sucessivamente. Todos os
demais Planos nos quais a Vida se manifesta é expressão mental de seus
habitantes, que, na condição de cocriadores, os “criam” para si, no aprendizado
gradativo que lhes compete realizar, despertando as suas faculdades latentes –
o espírito que vive na superfície dos sentidos, vive ilusoriamente.
*
Podemos dizer que, sem
dúvida, grosso modo, a Terra é um “Matrix”, tanto quanto o Mundo Espiritual que
povoamos ainda o é.
Deus cria a realidade, e o
homem, a ficção, até o dia em que a ficção humana se ajuste à Realidade Divina.
Ouça o que tenha ouvidos de
ouvir.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba, 13 de novembro de
2017.
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