Que tristeza tremenda se abateu sobre toda a
França e de resto em todo o mundo. Assassinos cruéis e frios, em nome de uma
causa qualquer, avança com o terror e deixam mortos mais de uma centena de
pessoas.
Toda esta perplexidade faz-nos perguntar:
até onde irá esta insanidade do homem?
Não foi para isso que o Criador Deus Pai nos
proporcionou a vida, para nos destruir cruelmente. Ele certamente esperava mais
de nós e não a nossa autodestruição.
O que fazer senão orar por todos os
envolvidos depois que tudo aconteceu, mas também refletir o que está passando
com a humanidade.
Na verdade, não soubemos traduzir em
realidade o nosso objetivo maior, intrinsecamente contido nas nossas mentes e
corações, que é ter um mundo melhor e viver em paz.
Conseguimos alargar os horizontes da
produção com invenções tecnológicas de grande proporção.
Conseguimos inundar o mercado com produtos
variados que muitas vezes nem sabemos para que serve tudo aquilo.
Conseguimos criar estradas, viadutos,
ferrovias que passam trens sofisticados e rapidíssimos. Aviões super velozes.
Fomos até a lua e queremos conquistar o universo.
Conseguimos edificar cidades estonteantes,
cheias de belezas, convidativas para a contemplação dada a engenhosidade
humana.
Conseguimos tanta coisa do lado de fora e
pouco conseguimos dentro de nós mesmos.
Não conseguimos eliminar a ira que nos faz
querer destruir outro irmão de caminho.
Não conseguimos sequer eliminar as
desigualdades. É tanta disparidade entre irmãos. Pobres mais pobres e ricos
mais ricos.
Não conseguimos olhar para o olho de outro
irmão sem vergonha na cara porque ainda somos objetos de falcatruas, de
corrupção, de ladroagem.
Não conseguimos vencer o medo. Vivemos
acuados em nossas casas com receio que bandidos nos ataquem nas ruas. Medo
agora que ganhou proporções estratosféricas com o atentado, mais uma vez, em
Paris.
Não conseguimos, na realidade, é sermos
humanos, simplesmente isto. Amáveis, carinhosos, solidários, benevolentes...
Somos vítimas de nós mesmos. Criamos ilhas
para viver nos isolando dos outros irmãos.
Quanto temos que mudar para termos um mundo
melhor.
Será possível que necessitamos chegar perto
do caos para dar um basta a este modelo desigual de geração de riquezas?
Será possível que teremos que deixar que
mais gente morra em atentados mil por causa da nossa prepotência em sermos
melhores que os outros?
Será possível que vamos continuar nos
matando com a poluição que destrói rios, matas, lagoas e chega até os oceanos?
É tudo isso que está em jogo e muito mais.
Os atentados são apenas um ponto de
demonstração da nossa incapacidade de criação de um mundo novo e mais humano.
Muita coisa ainda deve ocorrer para que
despertemos finalmente da nossa letargia existencial como seres humanos que
povoam um planeta.
O grande objetivo, pasmem, é nos
descobrirmos como seres humanos.
Ser humano é outra coisa.
Ser humano é descobrir Deus em nós. E quando
fazemos esta incrível descoberta passamos a nos comportar de maneira
completamente diferente.
Passamos a ser mais compreensíveis.
Fazemos mais caridade.
Olhamos mais para a dor do nosso próximo.
Inquietamo-nos com as injustiças.
Preocupamo-nos com o desequilíbrio
ambiental.
Ficamos mais sensíveis, afinal.
Descobrir Deus em nós representa espelhar a vontade
do Criador em nossos pensamentos e atos.
É isto que queremos que aconteça com a
humanidade inteira. Infelizmente, porém, ainda nos destruiremos bastante, nos
violentaremos enormemente, nos prejudicaremos grandemente, para nos tocar de
que estamos seguindo no caminho errado.
Tenho esperança de que aprendamos mais
rapidamente com nossos equívocos e possamos logo nos encaminhar na construção
de mundo novo.
Isto só depende de cada um de nós.
Paz ao mundo!
Helder Câmara – domdapaz.blogspot.com
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