Questão 295 do Livro dosEspíritos
Depois do túmulo, os sentimentos que animam os que
ofendemos, se esses ofendidos forem Espíritos inferiores, são de vingança, de
ódio e de violência, formando, quando podem, toda ordem de obsessão sobre os
ofensores do passado.
Se os ofendidos forem Espíritos elevados, que já
conhecem o Evangelho e começaram a praticá-lo, eles não gastam tempo em
perseguição. A sua arma de luz é o esquecimento das faltas, passando a orar
pelos ofensores e ajudando-os em todos os momentos possíveis.
Podemos observar em "Atos" dos apóstolos,
que Estevão foi lapidado por ordem de Saulo de Tarso. Depois de desencarnado,
entretanto, passou a guiar Paulo nos caminhos da Luz, porque Estêvão era um
anjo a serviço do amor. Mesmo sem ter acompanhado o Cristo na Terra, foi
enviado por Ele.
O mal não dá trégua aos que geram o ambiente de
discórdia, mas, somente depois que os Espíritos do mal sofrerem as
conseqüências dele é que mudam de idéia, e passam a fazer o bem. As sementes do
bem são pontos de luz nos caminhos do semeador.
Não alimentemos sentimentos de discórdia, pois ela
procurar-nos-á onde estivermos; não alimentemos sentimentos de ciúme, pois ele
procurar-nos-á no endereço certo; não alimentemos sentimentos de vingança, pois
ela não nos deixará sossegados. As imagens que essas desventuras geram são
inferiores e condutoras de desarmonia.
A Doutrina Espírita, como Evangelho em estado de
progresso revelador, nos coloca todas as nuances nas quais devemos trabalhar
para a aquisição dos valores imortais, despertando em nós as qualidades, como
atributos de luz. O ofensor nunca se encontra em paz, mesmo se o ofendido o perdoa,
porque, se ele ofendeu, gravou na consciência os dramas da ofensa, e cria
inimigos internos que são os piores, pois não aceitam arrependimentos que não
se fazem acompanhar da prática e, por vezes, cobram até o último ceitil. Eles
são justiceiros.
Muitos espiritistas, quando encontram esse tipo de
obsessão, pensam que são Espíritos se vingando, quando, muitas vezes, são as
próprias imagens às quais o ofensor deu vida por ignorância. É neste sentido
que chamamos sempre a atenção das almas de boa vontade para que, no
prosseguimento do processo de arrependimento, coloquem em prática a vivência
dos bons costumes e a retidão do caráter, porque a limpeza do mundo interno
pode vir com grandes infortúnios e pode atravessar gerações e mais gerações com
padecimentos incalculáveis. O Espiritismo veio abonar os novos discípulos do
Cristo, mostrando-lhes trabalho e renúncia, incentivando-os a lutarem interna e
externamente, no sentido de aliviarem em menos tempo o fardo e o jugo, de modo
que a consciência, livre do magnetismo do ódio, lhes confira meios de gozar as
delícias do céu, no reino do coração.
Nesse passo, quais os sentimentos que devemos
gerar? Não é preciso a ninguém perguntarmos, porque a nossa intuição nos dirá,
no ambiente que o Cristo gera em nós, nas bênçãos de Deus. Cada inimigo que
recrutamos nos nossos caminhos, são portas de entrada para o inferno da
consciência em chamas, e cada amigo que fizermos nas nossas andanças, serão
pontos de luz que ajudam a nos libertar das trevas.
Querer morrer para ficar livre dos inimigos é falta
de conhecimento da verdade, porque eles, depois do túmulo, estão em maior número. Que
cada um comece hoje, agora, a perdoá-los, se os tiver, porque o céu começa a
surgir agora, no coração de quem perdoa e ama.
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