Questão 297 do Livro dos
Espíritos
A afeição que temos a
outrem na Terra continua no mundo dos Espíritos, quando fundamentada realmente
no amor universal. Quando ela é física, desaparece com a perda do corpo, não
obstante, pode, por vezes, demorar-se mais um pouco no Espírito, enquanto a
animalidade durar, porque as paixões inferiores ainda existem no plano
extrafísico, quase como na Terra, animando um corpo material. Entretanto, nunca
têm durabilidade como o amor fraternal, que permanece eternamente brilhando no
coração das criaturas de Deus.
O "amor" na Terra,
principalmente entre as almas mais materializadas, é revestido de egoísmo, de
amor próprio, para satisfação pessoal. Ele se encontra preso à bestialidade, nos
distúrbios emocionais inferiores, sendo que utiliza um canal, o sexo, pelas vias
do qual se processa a reencarnação, lei universal em todos os mundos
habitados.
Analisando profundamente, a
afeição de uma pessoa para outra nasce, na maioria dos casos, do sexo;
entretanto, quando essas pessoas se espiritualizam, esse instinto se sublima,
ganhando uma dimensão que escapa à análise dos homens, mesmo os de ciência, e
por vezes os espiritualistas. No mundo espiritual há o sexo, e ele é praticado
entre os inferiores qual na Terra, mas, entre as almas puras, ele se torna Amor,
troca de energias divinas capazes de sustentar os seus instrumentos em todos os
cambiantes do trabalho e, ainda mais, esse repasse de forças fá-los sentir uma
indizível felicidade de viver; não existe, porém, apego entre Espíritos
puros.
Pode existir afeição mútua
mesmo nos planos superiores do Espírito, sem que o ciúme perturbe os
sentimentos. Essa união é consagrada em favor dos que sofrem, em todos os
lugares que a vida os chamar para servir.
A verdadeira simpatia nunca
acaba; ela atravessa o túmulo com mais fulgor, forma laços de união divina para
estender os ensinamentos de Jesus em todos os corações. Compreendamos, pois, a
necessidade de nos unirmos para o bem comum, porque não fomos feitos separados.
A obra de Deus é unificada em Seu amor.
Esperamos, e isso deve
acontecer brevemente, que o Evangelho seja conhecido em todas as nações, mas não
somente conhecido, porém, vivido pelos corações estagiados na Terra. Aí o amor,
o amor verdadeiro, transformará o planeta em paraíso, onde não existirão os
instintos inferiores, e as paixões certamente cederão lugar ao verdadeiro amor,
aquele pregado e vivido por Jesus.
Quem sabe estender ao
próximo a sua afeição sem especular e sem exigências, está começando o plantio
da sua própria felicidade, e é, mesmo como encarnado, que se deve iniciar essa
lavoura, para que se possa colher, em Espírito, os frutos dos esforços
empregados no mundo físico.
Trabalhemos no bem, onde
quer que seja, que esse bem nos defenderá em todas as investidas do mal, que por
vezes nos atacarão. As sementes de luz são mais salientes na nossa consciência,
a nos dizer que devemos prosseguir, estendendo o amor e acendendo a chama da
fraternidade.
A coisa mais linda do mundo
espiritual, para os que chegam, é o afeto dos que o esperam, é a força da
simpatia dos amigos que receberam igualmente amor dos que antes deles chegaram
e, ao intercruzarem os sentimentos, há uma profusão de luzes, onde a vida
promete um reino maior de trabalho com mais segurança, na certeza de que o
Cristo nasceu na manjedoura dos corações que amam
sinceramente.
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