As Santas
A Ordem de Maria, aqui nos círculos espirituais,
rende graças ao movimento de canonização das duas beatas que ocorre hoje no
Vaticano.
São santas?
Claro que não! São almas dedicadas a servir
a Deus e ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
Preocupam-se com isso?
Absolutamente que não! Sabem, no entanto,
que aumentarão as suas responsabilidades espirituais, pois serão consultadas,
cada vez mais, a intercederem junto ao Pai para que os pedidos para elas
chegados sejam atendidos de pronto.
A preocupação é que elas sabem das suas
enormes limitações espirituais e, se houve a dedicação delas para o serviço
redentor, enquanto estavam no corpo físico, não era outro senão o objetivo de
aperfeiçoamento moral e espiritual, haja vista que se achavam, como ainda assim
se sentem, pequenos grãos de areia no imenso areial do Senhor da Vida.
Maria Alfonsina e Maria de Jesus sabem
também de como é emblemática esta canonização para os palestinos, em especial.
Ora, um lugar que se degladeia constantemente, onde a paz é artigo raro, saber
que duas de suas irmãs estão sendo reconhecidas como pessoas referenciais de
dedicação a Deus, estimula – e muito – o repensar de vontades daquele povo tão
sofrido, ao mesmo tempo tão guerreiro.
A posse de terras naquele pedaço do planeta
já foi motivo para ceifar milhares de vidas de um lado e de outro, da Palestina
e de Israel, justamente no solo onde pisou o príncipe da paz, Jesus de Nazaré.
Parece extrema contradição – e de fato o é –
que eles tenham esquecido o que de mais genuíno e importante existe na mensagem
do Salvador: o amar uns aos outros.
O apelo que se faz com a canonização destas
duas irmãs em Cristo é que todo aquele povo possa pensar em conseguir os seus
objetivos maiores sem a necessidade do uso de armas, mas buscando o
entendimento contínuo para verem respeitados os seus direitos.
Mahmoud Abbas possui plena consciência
disso. Ele sabe que o guerreamento não leva a nada, no entanto, crê que se não
houver a disposição para a defesa de seus objetivos com armas, possivelmente os
outros, no caso os israelitas, não iriam dar muita importância as
reivindicações de seu povo.
Não acredito – como nunca acreditei – que
podemos alcançar um objetivo qualquer com o uso da violência. A paz, nutrida no
diálogo sincero, sempre foi a maior arma para se conseguir algo duradouro. Não
podemos intimidar ninguém para conseguir algo em definitivo. A luta deve ser
ostensiva, permanenente, mas não pode derramar sangue, tampouco nutrir o ódio
de gerações como tem ocorrido.
O Papa Francisco, muito sábio, além de
exercer seu poder institucional, abre portas para o entendimento e já se
constitui na “grande ponte” para a paz mundial. Seus gestos e movimentos são
sempre nesta direção. Corre o perigo de ser mal entendido por alguns, mas ele
sabe, muito bem, manejar os ânimos para atingir objetivos nobres. Estamos com
ele.
A todos que seguem a doutrina católica, o
meu honroso abraço e o estímulo, cada vez mais frequente, para que todos
possam, a exemplo das duas Marias e de Giovanna Emília e Maria Cristina, outras
irmãs em Cristo hoje consagradas à santidade, que busquem o seu aperfeiçoamento
moral com destemor e luta interior.
Cada um sabe daquilo que é preciso vencer
para estar mais perto de Deus.
Cada um sabe do que tem dentro de si e que
necessita extirpar para tirar dos ombros o peso maior das suas iniquidades
íntimas.
Cada um sabe do enorme caminho que precisa
percorrer para chegar a um lugar seguro nas hostes celestiais.
A todos que buscam a sua melhoria moral, o
meu incentivo para avançar, mais e mais, nas conquistas inalienáveis do
espírito.
Fique com Deus!
Helder Camara
Nenhum comentário:
Postar um comentário