A ideia de República
trazida há alguns séculos para o Brasil como grande solução para os problemas
nacionais não vingou ainda. No cerne desta constatação está a ausência do
pressuposto básico de sua instalação: a consciência geral da população de que
tudo deve girar em torno do interesse público.
A ideia central do
republicanismo é que o povo, entendido agora como ente público, deve funcionar
como o beneficiário dos interesses de Estado, em qualquer esfera, para a
promoção do bem social.
Esta ideia originária se
perdeu no nosso País desde o seu nascedouro nos idos dos anos finais do século
19. O povo sequer sabia o que viria a ser uma república – e continua em plena
ignorância, pois se soubesse, tenha a certeza, metade dos descalabros que passa
seria evitado.
O que se pode concluir é
que o desejo de república ainda se constitui num verdadeiro sonho dos seus
idealizadores iniciais e as elites vigentes, que exercem o domínio das
principais decisões do País, não têm o interesse de
revivê-la.
Os motivos que animaram no
passado ao esquecimento da implantação da obra maior são os mesmos que hoje
animam aos seus antagonistas: o mando não pode ser do povo em geral, mas de
alguns grupos que possam manipulá-lo na satisfação exclusiva de seus
interesses.
O povo, que seria o maior
beneficiado, continua à margem de tudo isso, embora as manifestações recentes de
rua demonstrem que uma fagulha de consciência política começa a ser irradiada e
que a nova geração parece estar disposta a mudar este status
quo.
A ascensão de uma nova
ordem já é fato. Pode ainda não exercer o protagonismo das decisões políticas,
mas já há homens e mulheres gestados para mudar este País como de resto todo o
planeta.
O tempo das incertezas não
acabou. O momento das turbulências aumenta. A paz social, no entanto, é um
horizonte desejado pela maioria das gentes.
O aspecto que levo em
consideração é que as gerações novas possuem uma nova plataforma de pensamento e
enxergam o mundo com lentes completamente diferentes daquelas que são utilizadas
hoje pelos donos do poder.
Elas implantarão a alvorada
nova do poder político. Começará a atuar no nível dos municípios, influenciando
o poder local, mas igualmente se enfronharão nas principais camadas do poder
central com ideias renovadoras e de alto impacto.
Tudo vai mudar, senhores,
somente uma questão de tempo. Na essência de tudo isso está a ação da grande
mente geradora da vida e da paz planetária, capitaneada de perto por Jesus de
Nazaré e por um conjunto de irmãos responsável por diversas atividades
planetárias.
A nova ordem que se
instalará não apenas na política, mas em diversas outras áreas da
sociedade, trará mudanças de concepção das coisas que, naturalmente, será
rechaçada de imediato, mas que provocará reflexões que, pouco a pouco,
germinarão no seio social.
Este é o nosso destino
inevitável.
As notícias de corrupção
darão lugar, em breve, ao exemplo de homens dignos de atos
nobres.
As informações de
incompetência na gestão pública darão espaço para os bem-feitos das lideranças
comprometidas com o bem-estar da maioria da
população.
Os desvios de toda ordem
ficarão na memória como uma demonstração do repúdio aos deslizes de conduta
moral para que não mais se repitam.
A nova geração já debate
estas novas ideias em escolas públicas e particulares como gérmen daquilo que
está por vir.
A esperança, meus senhores,
bate à porta anunciando que o futuro já começou e convida a todos para fazer
parte desta nova realidade social e política.
Bem-vindo ao admirável
mundo da regeneração dos princípios e das mentes.
Avante com o progresso dos
povos!
Joaquim Nabuco
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