10.7.13


Questão 215 do Livro dos Espíritos
    CARÁTER DE CADA POVO
    Cada povo se encontra reunido pela analogia de sentimentos. Os semelhantes se atraem por lei universal da própria justiça, entretanto, o amor tem o poder de não generalizar essa lei, porque Deus é amor e bondade. Sempre no seio de cada nação reencarnam espíritos elevados, condutores de massas humanas, trazendo a divina missão de paz e de entendimento, como sendo misericórdia para os que sofrem e choram. Quase todos os que ali se agrupam se encontram jungidos uns aos outros pelos mesmos sentimentos, juntos nos mesmos ideais; é mais fácil de se educarem.
    Quem observa o caráter distintivo de cada país entenderá porque ele aceita certas leis de bom grado; isso é aos mesmos sentimentos dos filhos que ali aportaram, pela afinidade dos ideais. Se, na formação de um país, os que serviram de base para a nação forem belicosos, serão atraídos, para serem seus filhos, espíritos que sentem prazer em guerras. Entrementes serem, a bondade de Deus e de Jesus é tão grande que eles enviam ao seio desses povos, espíritos de alta envergadura, em vários pontos de entendimento, para semear a paz e fazer compreender aos guerreiros, que somente o amor salva as criaturas das agressões internas, propiciando-lhes clima saudável para a tranqüilidade de consciência.
    Essa resposta de "O Livro dos Espíritos", à pergunta duzentos e quinze, é, pois, uma verdade que se pode observar pelos processos racionais. Cada povo atrai, para a sua comunidade, espíritos da mesma índole. Essa é a lei de justiça, mas, igualmente a lei de amor que rege todo o universo. É o que chamamos de harmonia.
    Quando adentra um supermercado, correndo os olhos nas expostas prateleiras, poder-se-á observar que cada coisa se encontra em seu lugar. Pois bem, isso satisfaz a nossa visão, e a alegria parece brotar em nosso rosto, por estar tudo obedecendo a esta ordem, de cada qual com o seu igual. Se não houvesse essa organização, provavelmente os fregueses fugiriam de tal casa comercial.
    Assim como cada família atrai, para serem seus filhos, almas das mesmas idéias o mesmo ocorre com as nações, com pequena percentagem que se refere às grandes almas, que vêm ao mundo, onde quer que seja, para servirem de instrumento do amor e da verdade.
    Analisando e observando o comportamento dos espíritos que, em sua maioria, reencarnam em países que se destacam pelas suas ações de guerra, na indústria, nas artes, na religião, facilmente concluímos que são almas afins, de caráter distinto, com ideais idênticos.
    Compete aos dirigentes das nações cujos povos apresentem vocações belicosas, de fanatismo religioso, político-extremados, ou tendências de se impor sobre os outros povos, diligenciar no aprimoramento de seus filhos. A educação e o saber dependem do alimento espiritual do amor.
    A Doutrina dos Espíritos, que nasceu na França, foi transferida a fim de não morrer, para o Brasil, expulsa que foi de lá, pela mesma lei a que nos referimos. Os grandes missionários ali aportados subiram para planos elevados e a doutrina de Jesus perdeu sua analogia com os que ficaram. Entretanto, na nação brasileira, ela encontrou seu verdadeiro berço, onde cresceu e prosperou como sendo o maior celeiro de educação para todos os povos.
    Vamos pensar na promessa evangélica de um só rebanho e um só pastor. O futuro nos espera. Que Jesus possa transformar a humanidade pelos métodos ensinados pelo Evangelho, fazendo desaparecer de todas as nações os dois monstros que devoram os povos e insuflam neles as guerras, o ódio, a vingança, e as separações, que são o orgulho e o egoísmo. No amanhã, vamos ter notícias da felicidade na Terra, no entanto, as suas raízes se encontram em cada criatura.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

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