31.10.12


SENHOR “ELITISMO”
De uns tempos para cá, surgiu no Movimento Espírita a estranha figura do Senhor “Elitismo”...
Ele nasceu décadas atrás, mas, enquanto Chico Xavier estava encarnado, continha-se, a muito contragosto, em seu característico campo de atuação personalista.
A humildade de Chico como que lhe inibia a vaidade exacerbada.
Aos poucos, no entanto, à semelhança de Maquiavel, foi se impondo, e hoje, articulando nos bastidores, controla praticamente todas as Federações.
Político exímio, ele se prevalece da mediunidade e da facilidade de expressão para enredar os incautos com as suas “revelações”, no centro das quais, evidentemente, sempre estão os seus interesses de projeção.
Notável reprodutor, tem feito uma legião de “filhos”, que, herdando-lhe os atavios espirituais, copiam-lhe nas menores atitudes, inclusive na de não aceitar convite para essa ou aquela conferência espírita se não for sob a chancela de algum Órgão unificador.
O senhor “Elitismo”, de há muito, não mais atende a solicitações para falar nos Centros Espíritas de dimensões acanhadas – preferindo, claro, os hotéis de quatro a cinco estrelas – quiçá de seis ou sete! –, porque, segundo alega, o Espiritismo não é uma doutrina de esfarrapados...
Habitualmente, não participa de uma palestra em que, no mínimo, não lhe seja dado faturar alguns milhares de reais, de euros ou dólares, porque, afinal, as obras assistenciais que dirige – hoje quase todas mantidas pelo Governo – são insaciáveis em seus gastos exorbitantes.
Ao que se pode constatar, infelizmente, os filhos do senhor “Elitismo” estão indo pelo mesmo caminho do pai, inclusive chegando a inovar com o parcelamento de suas conferências através de cartões de crédito, a que, de maneira sofística, passaram a denominar de “investimento”... E, de fato, tem muita gente “investindo” no bolso deles!
Está tudo errado, porque a Mensagem Espírita não deveria ser vendida para manter obras assistenciais – seria como vender uma Caridade Maior para sustentar uma caridade menor! As obras assistenciais de cunho espírita-cristão podem, e devem, muito bem ser mantidas com jantares, bazares, chás beneficentes, etc.
O senhor “Elitismo” e os seus filhos hão de ficar uma fera comigo... Que eles, no entanto, saibam que, pessoalmente, nada tenho contra eles – ao contrário, até os acho muito simpáticos, principalmente quando borrifam sobre si aquele perfume francês de sua preferência e, que, para disfarçar, atribuem aos Amigos Espirituais, que, coitados, somente cheiram a suor!
Ah, por falar nisto, devo informar a eles que o perfume preferido de Chico Xavier era “Água de Colônia”, que, aliás, eu também costumava usar quando me barbeava. O delicioso aroma de rosas que de Chico Xavier emanava, quanto mais ele transpirava, era coisa de Scheilla, ou dele mesmo que costumava porejar perfume...
Faço votos que o senhor “Elitismo” compreenda a minha intenção ao lhe dirigir estas palavras, e torço, torço muito mesmo, para que ele, e nenhum de seus inteligentes rebentos, não venham a desencarnar nesta situação, porque o que eu tenho visto acontecer com alguns de seus descendentes que já se transferiram para este Outro Lado é de fazer arrepiar a careca do Yul Brenner!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 29 de outubro de 2012.
 

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