Questão 178 do Livro dos Espíritos
MUNDOS
INFERIORES
Os espíritos que já viveram em mundos superiores e dali saíram
com glórias, podem voltar a mundos menos elevados que o seu como missão de
transmitir suas experiências, através da arte dos exemplos, com a finalidade
precípua de ajudar aos que se encontram na retaguarda. Podem ainda voltar a
mundos inferiores por provas, se não assimilaram, em sua plenitude, as lições
ali ministradas. Há, pois, uma variação de posições em todos os campos de vida,
nos mostrando em todas elas o amor de Deus para com todos os Seus filhos.
Os mundos inferiores estão sob as leis de proteção, que atuam em conformidade
com os esforços dos que ali vivem. O progresso é lei de Deus em todos os mundos,
em toda a criação. Os espíritos não regridem, como muitos pensam, e dentro de
uma grandeza de tempo, o próprio estacionamento do espírito é ilusório, pois
ainda que queiramos, a própria matéria não pára a sua evolução. A evolução se
torna tão lenta que nos dá uma impressão de inércia, mas não há imobilidade
dentro do progresso universal.
A cada momento, nós aceleramos o nosso
despertamento até sentirmos a consciência de que cada qual tem a tarefa em seu
próprio proveito. A nossa parte, haveremos de fazê-la, e, ainda, poderemos
ajudar alguém a abrir os olhos, no contexto das leis que nos ajudam a
despertar.
Se o espírito se encontra em mundo inferior, deve esforçar-se
para melhorá-lo; mesmo sendo pequeno o seu trabalho, juntando-o com os esforços
dos outros, avolumar-se-ão os cambiantes do progresso, muito podemos fazer para
a criação do bem em todas as tarefas dos homens. Para tanto, Jesus nos deixou,
por misericórdia, o Evangelho e, ainda mais, envia de vez em quando missionários
do Seu convívio espiritual, capazes de nos transmitir exemplos dignificantes
rumo às nossas necessidades.
O Evangelho que já se encontra na Terra há
quase dois mil anos, édivulgado incessantemente por todas as vias de comunicação
e aparece aos mesmos homens por diversas formas, lembrando seu ldeador Cósmico.
O que dizer diante de toda essa assistência espiritual? Estamos sendo
agraciados, e não devemos recusar essa grande proteção, essa força que liberta,
dando entendimento para todos se aproximarem da perfeição pelos próprios
esforços, como sendo conquista dos valores imortais.
Na linguagem do amor
e da posição espiritual em que a alma se encontra, falir toma uma conotação mais
transcendental; em todo passo que não foi bem aproveitado, o espírito aprendeu
alguma coisa que não ainda sabia, adquiriu forças que não possuía. Se não tinha
forças para tais empreendimentos, não faliu no sentido comum da palavra; antes,
passou por uma experiência onde recolheu algo de melhor para outra vida. A
linguagem humana não consegue, na maioria das vezes, traduzir a sublimidade do
sentido mais profundo das palavras.
Se o aluno foi reprovado em uma série
é porque não assimilou as matérias apresentadas. Quando recolher condições de
sabedoria, avançará com os outros. Quem já foi aprovado, podemos afirmar que já
fracassou nesta ou em outras vidas. E Deus, em Sua onisciência, sabe de antemão
que a alma não está em condições de sempre vencer.
Livro: Filosofia
Espírita III - João Nunes Maia - Miramez
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