Este ano (hoje = 163anos) assinala o
centésimo-décimo aniversário da publicação de O Livro dos Espíritos1, de Allan
Kardec, obra básica do Espiritismo. Porque foi precisamente a 18 de abril de
1857, portanto há 110 anos exatos, que O Livro dos Espíritos apareceu em Paris,
dando início positivo à III Revelação do Cristianismo.
Por mais que os bíblicos literalistas
contestem e que as religiões cristãs dogmáticas protestem, há uma verdade que
não se pode esconder: o Livro dos Espíritos é sequência histórica e
desenvolvimento natural da Bíblia. Mesmo alguns espíritas não concordam com
isto. Mas, se atentassem melhor para a sua doutrina e examinassem o assunto à
luz das obras básicas da doutrina, compreenderiam a verdade. Kardec afirmou e
demonstrou que o Espiritismo é a continuação do Cristianismo. Veja-se o que ele
escreveu a respeito da introdução e no primeiro capítulo de O Evangelho Segundo
o Espiritismo.
Veja-se a sua teoria da Revelação no
primeiro capítulo de A Gênese. E consulte-se o livro básico nos pontos
referentes ao problema.
A I Revelação do Cristianismo foi feita
através de Moisés e dos Profetas e codificada na Bíblia. Esta codificação
anunciava a vinda do Messias e, portanto, outra revelação. Cumprindo a
profecia, a II Revelação veio com o Cristo e foi codificada nos Evangelhos. Mas
esta codificação anunciava outra vinda, a do Espírito da Verdade, que se
manifestou a Kardec e deu-lhe os ensinamentos codificados em O Livro dos
Espíritos. Esta codificação é a da III Revelação, que não anuncia mais nenhuma,
porque nela a Revelação Cristã se completa, abrindo definitivamente as portas
da mediunidade para o dialogo do Visível com o Invisível. Estando as portas
abertas, a Revelação Cristã flui naturalmente daqui para diante, sem
necessidade das divisões históricas do início. Por isso e para isso é que o
Espiritismo não se fecha numa estrutura dogmática e eclesiástica.
Kardec afirmou que o Espiritismo é a chave
da Bíblia e dos Evangelhos. Todos os que estudam este problema sem sujeição a
dogmatismos e seitas, sabem que não se pode compreender as duas codificações
anteriores sem o auxílio da posterior.
Porque a sequência histórica é também uma
sequência lógica. A Bíblia é a premissa maior do Cristianismo; os
Evangelhos são a premissa
menor; O Livro dos Espíritos a conclusão. Essa a razão porque Jesus prometeu
que o Espírito da Verdade viria completar e restabelecer os seus ensinos.
Negar isto é negar o que ele mesmo disse,
como vemos no Cap. XIV do Evangelho de Lucas.
Visão Espírita da Bíblia - J.
Herculano Pires
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