3.1.20

O LIVRO DOS ESPÍRITOS COMO SEQUÊNCIA NATURAL DA BÍBLIA


    Este ano (hoje = 163anos) assinala o centésimo-décimo aniversário da publicação de O Livro dos Espíritos1, de Allan Kardec, obra básica do Espiritismo. Porque foi precisamente a 18 de abril de 1857, portanto há 110 anos exatos, que O Livro dos Espíritos apareceu em Paris, dando início positivo à III Revelação do Cristianismo.
    Por mais que os bíblicos literalistas contestem e que as religiões cristãs dogmáticas protestem, há uma verdade que não se pode esconder: o Livro dos Espíritos é sequência histórica e desenvolvimento natural da Bíblia. Mesmo alguns espíritas não concordam com isto. Mas, se atentassem melhor para a sua doutrina e examinassem o assunto à luz das obras básicas da doutrina, compreenderiam a verdade. Kardec afirmou e demonstrou que o Espiritismo é a continuação do Cristianismo. Veja-se o que ele escreveu a respeito da introdução e no primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
    Veja-se a sua teoria da Revelação no primeiro capítulo de A Gênese. E consulte-se o livro básico nos pontos referentes ao problema.
    A I Revelação do Cristianismo foi feita através de Moisés e dos Profetas e codificada na Bíblia. Esta codificação anunciava a vinda do Messias e, portanto, outra revelação. Cumprindo a profecia, a II Revelação veio com o Cristo e foi codificada nos Evangelhos. Mas esta codificação anunciava outra vinda, a do Espírito da Verdade, que se manifestou a Kardec e deu-lhe os ensinamentos codificados em O Livro dos Espíritos. Esta codificação é a da III Revelação, que não anuncia mais nenhuma, porque nela a Revelação Cristã se completa, abrindo definitivamente as portas da mediunidade para o dialogo do Visível com o Invisível. Estando as portas abertas, a Revelação Cristã flui naturalmente daqui para diante, sem necessidade das divisões históricas do início. Por isso e para isso é que o Espiritismo não se fecha numa estrutura dogmática e eclesiástica.
    Kardec afirmou que o Espiritismo é a chave da Bíblia e dos Evangelhos. Todos os que estudam este problema sem sujeição a dogmatismos e seitas, sabem que não se pode compreender as duas codificações anteriores sem o auxílio da posterior.
    Porque a sequência histórica é também uma sequência lógica. A Bíblia é a premissa maior do Cristianismo; os
Evangelhos são a premissa menor; O Livro dos Espíritos a conclusão. Essa a razão porque Jesus prometeu que o Espírito da Verdade viria completar e restabelecer os seus ensinos.
    Negar isto é negar o que ele mesmo disse, como vemos no Cap. XIV do Evangelho de Lucas.

Visão Espírita da Bíblia - J. Herculano Pires

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