Emmanuel
Os casos particulares não me
permitem ser demasiado extenso, mas não me furto ao desejo de vos dizer duas
palavras, corroborando a explanação elucidativa junto das preces da noite.
*
Espiritismo, filhos, é luz, e é necessário
que cada um daqueles que o abraçam procure brilhar, testemunhando a sua
claridade.
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As nossas mensagens, a possibilidade de
comunicação entre os dois mundos, são permitidas por Deus, a fim de que o homem
vislumbre as realidades espirituais, aplicando-as à sua passageira vida na
Terra.
*
É necessário cessar a época do verbalismo
vazio.
Há muitos séculos a humanidade tem vivido
uma época de pura predicação sem exemplos.
O que temos visto em todos os tempos?
Tribunas, púlpitos, livros, prolixidade de
pedagogia gratuita, dentro de uma multiplicidade assombrosa de demagogos e de
arautos
*
Chegaram os tempos da iniciativa própria,
do esforço pessoal em favor da iluminação consciencial do individuo, perdido no
oceano da coletividade.
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Cada homem deve e pode possuir qualidade
autodidata.
Os espíritas necessitam compreender essa
necessidade de ação no campo individual.
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Ação essa que se irradiará naturalmente
para o mundo largo das sociedades.
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Sem o esforço nada se terá feito.
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As obras de caridade material têm sido
edificadas pela Igreja Católica.
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Seus hospitais, seus orfanatos, suas
freiras, seus conventos, onde se efetuam sopas a pobres e recolhimento dos
desvalidos, estão por toda parte.
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O que os espíritas não estão percebendo é
que a eles compete organizar sua consciência verdadeiramente cristã nessa
civilização da fome e da febre do ouro.
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É preciso que se arregimentem os exemplos
de predicações pelos atos, trabalhando e enfrentando corajosamente as penúrias
da vida, sem estagnação, sem fanatismo, sem recuos para épocas primitivas do
pensamento.
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É doloroso que sejamos mentalidades que
deveriam estar afinadas em obras evangélicas, perdidas no lábaro ingrato de
doutrinações inoportunas e desnecessárias.
*
Os espíritas precisam saber que obras
materiais não faltam no mundo, os grandes colossos de pedra assombram as
iniciativas dos mais ousados.
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Eles ficaram, de fato, com o apostolado da
pobreza da Humilde de Assis na restauração do cristianismo, mas compete-lhes
fornecer com os seus exemplos na ação, na tolerância, no trabalho, no esforço,
na piedade e na resignação, uma alma a esses gigantes de alvenaria.
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Faz-se necessário dar calor às cátedras
imensas e frias. E esse calor só poderá nascer da fé realizadora e ativa, que
trabalha e opera, longe de qualquer cristalização teórica.
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O tempo da palavra vazia passou.
*
O tempo atual é dos atos.
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Aliemos os nossos esforços e trabalhemos.
Precedamos qualquer ensinamento com um
exemplo de ordem pessoal.
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O mundo está intoxicado pela generalização
da cultura sem base, sem bússola, sem norte espiritual.
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Aprendamos e pratiquemos, trabalhando,
laborando com o nosso desprendimento, sem nos fanatizarmos, dentro das
atividades que nos cabe desenvolver e dentro da tarefa que nos cabe
desempenhar.
*
Se emprego o "nós", nestes meus
apelos é que também aqui não descansamos.
Não estamos inativos.
A luta é condição primordial de qualquer
conquista.
Aprendamos com Jesus e coloquemos ao seu
serviço toda a nossa boa vontade.
Livro: Ação, Vida e Luz –
Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.
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