7.1.20

NECESSIDADE DE AÇÃO


Emmanuel
Os casos particulares não me permitem ser demasiado extenso, mas não me furto ao desejo de vos dizer duas palavras, corroborando a explanação elucidativa junto das preces da noite.
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     Espiritismo, filhos, é luz, e é necessário que cada um daqueles que o abraçam procure brilhar, testemunhando a sua claridade.
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     As nossas mensagens, a possibilidade de comunicação entre os dois mundos, são permitidas por Deus, a fim de que o homem vislumbre as realidades espirituais, aplicando-as à sua passageira vida na Terra.
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     É necessário cessar a época do verbalismo vazio.
     Há muitos séculos a humanidade tem vivido uma época de pura predicação sem exemplos.
     O que temos visto em todos os tempos?
     Tribunas, púlpitos, livros, prolixidade de pedagogia gratuita, dentro de uma multiplicidade assombrosa de demagogos e de arautos
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     Chegaram os tempos da iniciativa própria, do esforço pessoal em favor da iluminação consciencial do individuo, perdido no oceano da coletividade.
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     Cada homem deve e pode possuir qualidade autodidata.
     Os espíritas necessitam compreender essa necessidade de ação no campo individual.
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     Ação essa que se irradiará naturalmente para o mundo largo das sociedades.
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     Sem o esforço nada se terá feito.
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     As obras de caridade material têm sido edificadas pela Igreja Católica.
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     Seus hospitais, seus orfanatos, suas freiras, seus conventos, onde se efetuam sopas a pobres e recolhimento dos desvalidos, estão por toda parte.
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     O que os espíritas não estão percebendo é que a eles compete organizar sua consciência verdadeiramente cristã nessa civilização da fome e da febre do ouro.
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     É preciso que se arregimentem os exemplos de predicações pelos atos, trabalhando e enfrentando corajosamente as penúrias da vida, sem estagnação, sem fanatismo, sem recuos para épocas primitivas do pensamento.
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     É doloroso que sejamos mentalidades que deveriam estar afinadas em obras evangélicas, perdidas no lábaro ingrato de doutrinações inoportunas e desnecessárias.
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     Os espíritas precisam saber que obras materiais não faltam no mundo, os grandes colossos de pedra assombram as iniciativas dos mais ousados.
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     Eles ficaram, de fato, com o apostolado da pobreza da Humilde de Assis na restauração do cristianismo, mas compete-lhes fornecer com os seus exemplos na ação, na tolerância, no trabalho, no esforço, na piedade e na resignação, uma alma a esses gigantes de alvenaria.
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     Faz-se necessário dar calor às cátedras imensas e frias. E esse calor só poderá nascer da fé realizadora e ativa, que trabalha e opera, longe de qualquer cristalização teórica.
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     O tempo da palavra vazia passou.
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     O tempo atual é dos atos.
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     Aliemos os nossos esforços e trabalhemos.
     Precedamos qualquer ensinamento com um exemplo de ordem pessoal.
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     O mundo está intoxicado pela generalização da cultura sem base, sem bússola, sem norte espiritual.
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     Aprendamos e pratiquemos, trabalhando, laborando com o nosso desprendimento, sem nos fanatizarmos, dentro das atividades que nos cabe desenvolver e dentro da tarefa que nos cabe desempenhar.
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     Se emprego o "nós", nestes meus apelos é que também aqui não descansamos.
     Não estamos inativos.
     A luta é condição primordial de qualquer conquista.
     Aprendamos com Jesus e coloquemos ao seu serviço toda a nossa boa vontade.

Livro: Ação, Vida e Luz – Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.

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