Emmanuel
Amigos, é certo que da curiosidade humana
se derivam todas as ciências que formam, na atualidade, o complexo de
conhecimentos da vossa civilização.
Todavia, faz-se mister que o homem
subordine essa curiosidade a um método, desde que uma Lei Justa e Equânime
existe, presidindo os surtos de sua atividade de um Plano Invisível.
*
Os progressos científicos, os grandes
conhecimentos coletivos terão de vir paulatinamente, sem fugir à regra geral da
evolução.
*
Infelizmente, vemos hoje na pesquisa do
mundo oculto das vibrações espirituais, um acervo de atividades, porém, mal
orientadas pelos estudiosos e investigadores.
As nossas relações com o ambiente das
vossas cousas físicas, são subordinadas a determinadas leis, as quase não nos é
possível ultrapassar não obstante o nosso grande anelo de satisfazer cabalmente
as vossas aspirações.
*
Guardemos, contudo, esperanças no
desdobramento da metapsíquica que no futuro apresentará o celeiro farto de
certezas novas para os homens, integrando-os no conhecimento dos enigmas do ser
e do destino.
*
Aquela zona lúcida à qual se refere Paul
Gibier em suas obras é uma realidade inamovível; cada personalidade aprende
somente o "quantum" do raciocínio que lhe permite o estado de sua
evolução individual.
E quanto às expressões de fenomênicas do
Espiritismo muitas são as incógnitas a considerar que preponderam sobre a nossa
vontade de criaturas sem os indumentos da carne, incógnitas essas que por
enquanto, permanecem inacessíveis ao vosso mundo sensorial, em virtude da
ausência de leis analógicas que nos facilitem o confronto de situações, as mais
interessantes e inexplicáveis, levando-se em conta a exigüidade de vossas
percepções e as novidades do nosso ambiente espiritual.
*
Nossos estudos de matéria e de movimento
aí na Terra são sobremaneira prejudicados pela ausência de sentidos que aí nos
facultem um conhecimento mais amplo com respeito à energia e suas infinitas
maneiras de manifestação; todavia, aclarada, em parte, a consciência geral, pelos
raciocínios novos a que vos conduziram a lógica e a dedução, caminhais para uma
compreensão melhor do elemento básico da matéria, o átomo, percebendo agora,
com o problema de sua disponibilidade, que há uma lei obrigatória em ação nos
fenômenos da matéria em todos os seus aspectos mais íntimos.
*
A própria matéria inorgânica, segundo o
vosso conceito, tem a presidir-lhe a formação e a vida embrionária fenômenos
vibratórios na mais estranha das complexidades.
*
Compreende-se agora, à luz dessa nova
concepção das realidades da vida, que toda a sua sabedoria está ainda em
principio dos princípios.
O materialismo positivista é obrigado a
reconhecer uma força condutora, no principio ativo do Universo, dando forma às
forças passivas e amorfas da matéria em si mesma.
Uma nova claridade se faz sobre os enigmas
da embriogenia que pretendia ter solucionado todas as questões biológicas que o
aparecimento do homem sobre a face do Orbe implicam em sua essência.
A patologia fisiológica descobre novos
agentes de influenciação e já não é mais possível abolir as ascendência
espiritual dos fenômenos que a vida apresenta em seu desdobramento incessante.
*
Formam-se assim, em torno dos agrupamentos
que objetivam o estudo dessa imensa flora invisível que nos rodeia, as falanges
multiplicadas dos investigadores de todos os tempos.
Mas ainda existem percalços a vencer,
óbices a superar, ao preço de uma perseverança sem limites.
*
É certo que toda a vitória material dos
indivíduos está submetida às suas condições morais e daí a necessidade de vos
integrardes no conhecimento dessa persistência ativa e necessária em todos os
vossos empreendimentos dessa natureza.
*
Um dos problemas mais difíceis a resolver
é a questão do "médium".
O meio de nossas manifestações ainda é
incipiente em excesso.Não temos, aliás não nos é possível, alcançar um grau de
pessoalização perfeita, em nos manifestando através dos órgãos sempre
deficientes do médium humano que se nos apresenta.
*
Geralmente as nossas mensagens não atestam
a nossa personalidade única, porquanto necessitamos revesti-la de outro
caráter, em virtude da imprescindibilidade de nos adaptarmos ao médium, ou este
à nossa individualidade no aquém da morte.
*
Essas dificuldades criaram então entre
nós, os espíritos, o sistema de "magnetização" do aparelho mediúnico,
usando de nossa linguagem simbólica, sem podermos nos exprimir segundo
determinadas formas de expressão aí da Terra, dispondo unicamente da lei da
telepatia universal que tem como seu agente único e absoluto, o pensamento.
*
Daí, portanto, as dificuldades que se
antolham para dignificar a nossa palavra, sem a mescla dos pensamentos e
sentimentos alheios.
*
Se
encontrássemos o médium que não exercesse senão a sua função, como um filtro
puro de nossas ordens, poderíamos colimar o fim desejado. Mas, os médiuns têm a
sua existência recamada de dificuldades, de provações austeras e penosas,
entregando-se às obrigações que lhes são inerentes no plano físico, às vezes em
detrimento de certas faculdades cujo uso poderia fornecer um caminho novo para
as certezas da Espiritualidade.
Como, porém, existe a lei moral sobre
todas as vossas e nossas atividades na vida, precisamos considerá-la
primeiramente, sem desmerecê-la e subordinando aos seus altos desígnios as
nossas lutas comuns.
*
Em vista do exposto, amigos não nos é
possível facultar-vos as mensagens que anelas tão ardentemente e nem sabemos
quando poderíamos alcançar a consecução dos vossos desejos, aos quais me
associo com a melhor boa vontade, porquanto temos a lei das afinidades e das
possibilidades regendo os nossos atos, sem que possamos desviar um milímetro de
suas determinações.
*
Continuemos, porém, com o nosso anelo de
conhecer melhor a vida em seus aspectos e manifestações.
Amanhã, quem sabe? Poderemos fornecer
aos nossos espíritos estudiosos, ao
vosso senso de indagação e de analise um raciocínio melhor, uma prova mais
eloquente das realidades que vos esperam além do túmulo.
*
Até lá, entretanto, tereis de experimentar
o desejo de conhecimento e nós o anelo frustrado de querer abrir os horizontes
da vossa compreensão.
*
Estudemos juntos.
Um trabalho de cooperação entre os homens
encarnados e os desencarnados terá a sua expressão utilíssima à vida das
coletividades.
*
Atingiste um estado dentro do surto
evolutivo da vossa civilização em que a moral, a religião, a ciência, o
trabalho, a educação, a política, a vida enfim, requerem uma renovação e um
reerguimento.
*
Que Jesus nos auxilie e galgar essa subida
tão difícil de ser alcançada, mas que tanta felicidade implica em si, porque
representa um dos pontos mais elevados da ascenção da alma humana para Deus.
Livro: Ação, Vida e Luz –
Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.
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