Meus
queridos irmãos,
Deus
nos abençoe!
Nestes
dias difíceis que vivemos há que termos fé, não uma fé qualquer, mas uma fé
verdadeira, uma fé transbordante, uma fé que move montanhas, conforme pediu-nos
o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por
que venho vos falar da fé no dia de hoje? É evidente que a fé é importante e
todos o sabem, mas nos dias de hoje, meus irmãos, onde muito acontecerá na
Terra, onde o planeta passará por atrocidades jamais vistas, há que termos fé
que tudo passará e diante de uma noite aparentemente sem fim, haverá de chegar
um dia resplandecente de alegria.
Venho
vos alertar que os movimentos que o homem dá não é o da construção da
solidariedade, mas o fomento da divisão. Não vemos, em realidade, o abrir de
coração para servir uns aos outros desinteressadamente, vemos o interesse comercial
se sobressair perante os demais. O que move os países é o poderio econômico que
ele tenha, a sua força para impor regras perante os demais. "Eu posso
comprar mais, então eu posso ditar as regras". Que regras, irmãos, senão
aquelas que forem sustentadas em cima da solidariedade universal? As regras já
estão postas antes de qualquer movimento comercial iniciar. Não há regras a
serem impostas, se o que movimenta o interesse das nações é a ajuda mútua para
a construção da paz social. Não deveria, pelo menos.
O
que vejo - e vejo com olhos cada vez mais nítidos - é o ancorar de interesses
menores, é o partilhar do bolo da economia mundial com uns poucos e jogando as
migalhas para os demais. Um grupo restrito de uns vinte países se reúne, dita
as normas e outros duzentos ficam calados apenas para cumpri-las. Cumpri-las
como se a ótica que derivou tais normas é exclusivista, é unilateral, é torta
por natureza? Não podemos ficar calados jamais com este despautério
generalizado que alimenta mais desigualdade e injustiça.
Onde
está a presença do Cristo nestas relações? Ficaram esquecidas, abandonadas,
como se elas nunca tivessem existido. É incrível como o homem se comporta
incoerentemente com aquilo que diz professar. É como se tudo aquilo fosse
apenas uma bela teoria acadêmica fadada ao esquecimento em si mesma.
Quando
o homem vai aprender que o Cristo não veio apenas para dizer palavras bonitas,
mas para traduzir os seus ensinamentos em prática diária em todas as relações
humanas e sociais e, consequentemente, econômicas?
Meus
queridos irmãos, por isso, que a fé tem que sair do armário, tem que ir às
ruas, tem que dar o seu ar da graça. A fé no Salvador do Mundo tem que invadir
os gabinetes governamentais, tem que contagiar a mente dos políticos, tem que
ser traduzida em realidade pela sociedade civil.
Sem
a fé tudo perecerá porque ficará tão somente no campo das boas intenções,
porque fé, se é verdadeiramente fé, tem que ser operacionalizante, ativa, por
si só, revolucionária do comportamento humano.
Quem
não acredita nisto, quem apenas vê tudo nisso uma carta de intenções, perceba
que o mundo gira e aquilo que não conseguimos fazer hoje, amanhã, pela força
das coisas, inevitavelmente, se transformará em realidade.
É
assim que penso, irmãos.
Helder Camara - Blog Novas Utopias
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