Emmanuel
Pesam sobre os corações atribulados da
Terra as amargas apreensões com respeito ao fatalismo da guerra.
E, infelizmente, ninguém poderá calcular a
extensão dos movimentos que se preparam objetivando a luta do porvir.
*
A Europa atual parece guardar a
"liderança" da cultura dos povos.
Todavia, é fácil estabelecer-se um estudo
analítico de sua situação hodierna, de pura decadência intelectual depois das
catástrofes de 1914-1918.
As ditaduras europeias revivem na
atualidade a época napoleônica na pátria francesa quando, segundo
Chateaubriand, tudo respirava o senhor, homenageava o senhor e vivia para o
senhor.
No Velho Mundo, em todos os países que o
constituem, vive-se o governo e mais nada.
*
O livro, a escola, a oficina, o clube são
núcleos de recepção do pensamento dos maiores ditadores que o mundo há
conhecido.
*
A imprensa manietada pelas medidas
diaconianas não pode criar o cooperativismo intelectual das classes e das
administrações, obrigada a viver a de fase união absoluta aos programas que
sobrevieram à grande guerra; não podem produzir à grande guerra; não podem
produzir expressões que abranjam a solução dos enigmas destes tempos novos,
coibidos ou trabalhados por leis vexatórias e humilhantes e vemos pelo mundo
inteiro a invasão das forças perversoras da consciência humana.
*
Jornais integrados das doutrinas mais
absurdas, falsa educação pelo rádio que vem complicar sobremaneira a situação e
os livros da guerra, a literatura bélica, inflada de demagogias e de estandartes,
de símbolos e de bandeiras incentivando a separatividade.
*
Qualquer estudioso desses assuntos poderá
verificar a verdade de nossas afirmações.
Os homens, nesta fase de preparações
armamentistas vivem uma época de profunda pobreza intelectual.
*
O porvir há de falar aos pósteros dessas
cousas, sem necessitar que encareçamos essas realidades aos vossos olhos.
O mundo tocou a uma fase evolutiva em que
é preciso encarar de frente a questão da fraternidade humana para resolvê-la com
justiça.
*
Os governos fortes, fatores da decadência
espiritual dos povos que guardavam consigo a vanguarda evolutiva do mundo, não
podem trazer uma solução satisfatória aos problemas profundos que vos
interessam.
*
Afigura-se-nos que a função das ditaduras
é preparar as reações incendiárias das coletividades.
O que o planeta necessita é de se criar
uma nova forma de justiça econômica entre os povos.
Que se aventem medidas conciliadoras para
essa situação de pauperismo e de alto imperialismo das nações.
*
Os que estudam a política internacional
podem resolver grande parte dos fenômenos que convulsionam quase todos os
países, analisando a chamada questão das matérias primas.
Matérias primas querem dizer colônias.
Colônias querem dizer – possibilidades de
vida e de expansão.
*
É verdade que na Espanha atual, antes de
tudo, reside o imperativo da dor, redimindo grandes culpados de outrora,
constituindo essa dolorosa situação um dos quadros mais terríveis das provações
coletivas, mas não só as ideologias extremistas ali se combatem, pressagiando
um novo organismo político para o mundo.
*
Um dos diretores de um manicômio espanhol
asseverava há pouco tempo que mais de 400 pessoas em um ano tinham procurado
refugio, como loucos, nesse pouso de alienados em virtude das necessidades
imperiosas da fome.
A Espanha é pobre de terras.
De cem hectares de terreno, talvez somente
uns trinta poderão oferecer campo propício à agricultura.
Não só a velha península se debate nessas
necessidades tão duras.
A China não está suportando o aumento
contínuo de sua população.
O Japão vem se fortificando para poder
nutrir o seu povo.
A Alemanha reclama suas antigas
possessões.
A Polônia estuda um projeto de colocar na
África ou na América mais de 10.000.000 de criaturas que a sua possibilidade
econômica não está comportando.
*
Nessas aluviões de protestos ouvem-se os
tinidos das armas e melhor fora que o homem voltasse suas vistas para o campo
fraterno, antes da destruição que se fará consumar.
Seria melhor estudar-se a questão
carinhosamente, analisando-se os códigos das medidas imigratórias e que as
nações não se deixassem dominar tanto pelos pruridos de nacionalismo, tentando
estabelecer um plano de concessões racionais e resolvendo-se a questão da troca
de produtos ente os países, solucionando-se o enigma da repartição que a
economia política não pode conseguir até hoje, não obstante sua perfeição
técnica no círculo da direção das possibilidades produtoras.
*
O que verificamos é que sem a pratica da
fraternidade verdadeira todos esses movimentos pró-paz são encenações
diplomáticas sem um fundo pratico apesar de suas intenções respeitáveis. Mas...
o mundo não se acha à revelia das leis misericordiosas do Alto e estas, no
momento oportuno, saberão opor um dique à chacina e ao arrasamento.
*
Confiemos nelas, porque os códigos humanos
serão sempre documentos transitórios como o papel em que são arquivados,
enquanto não se associarem parágrafo por parágrafo ao Evangelho de Jesus.
Livro: Ação, Vida e Luz –
Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário