Questão 502 do Livro dos
Espíritos
Todo trabalhador é digno do
seu salário. O Espírito protetor, quando vê que seu protegido está em bom
caminho, que esse escuta seus conselhos e os coloca em prática, sente-se feliz
pelo proveito dos seus trabalhos. Ele é recompensado pela consciência, no silêncio
que a tranquilidade é doadora e a sua folha de serviço no reino onde habita
fica enriquecida pelas bênçãos de Deus.
Entretanto, quando seu
tutelado não ouve seus conselhos, ele não sofre como o encarnado com os
desacertos dos familiares; a sua posição é bem diferente dos que estão
envolvidos nos fluidos da carne e seu constrangimento não se compara com o dos
homens. Sua dor é em outra dimensão, por saber que o seu protegido no amanhã
erguer-se-á e passará a recordar o que aprendeu, passando a viver aquilo de que
seus conselhos são portadores.
Nada se perde, principalmente
em relação às leis naturais. Elas sempre acham acesso à consciência, depois
dominam os sentimentos da alma. Trabalho algum fica em vão, principalmente
quando se trata da verdade. Ela fica sempre de pé esperando, como semente
divina, para nascer na hora certa e florescer na oportunidade que Jesus
demarcar para tal evento.
Deus criou, acima de muitas
coisas, o trabalho, e a Sua criação divina é em seqüência interminável. O
Senhor continua criando, e é nessa criação contínua que se conquista a
felicidade, porque os mais velhos encontram oportunidade de trabalhar para
ajudar os mais novos. Os Espíritos da retaguarda, por força da lei, devem
receber ajuda dos que se encontram na dianteira, por estarem preparados para
tal.
Os anjos da guarda não são
responsáveis pelos caminhos tortuosos que seus protegidos tomam: estes têm o
livre arbítrio e são responsáveis pelo que fazem. Os guias que os protegem
conhecem a verdade de que ninguém morre, e aguardam o desabrochar da verdade
nesses corações, como o jardineiro não se intimida com os espinhos da roseira,
que oferece rosas belas e perfumadas.
A paciência e o amor do
anjo-guardião para com o seu protegido por anos a fio constitui um mérito para
a sua vida. O amor nunca falha na educação dos que desejam ser educados. A vida
é uma constante troca em todos os reinos da natureza, e a alma que já se
encontra despertada para a luz, busca em todos os planos o indispensável para o
seu equilíbrio emocional, para a sua paz de consciência.
Pedimos aos seres que nos
possam ouvir que meditem em Deus, em Jesus e na vida em geral, pois essa
meditação pode transformar-se em luz para os seus caminhos. É o “Pedi e
obtereis”, “Batei e abrir-se-vos-á”; é o “Buscai e achareis”. Ninguém fica sem
resposta, quando sabe pedir.
O Espírito protetor não é
responsável pelos maus resultados que podem advir do seu tutelado, porquanto os
conselhos são sempre bons, mas esquecidos ou mal interpretados. Ele faz o que
estava ao seu alcance para ajudar e continua a fazer, mesmo que o seu tutelado
esteja fora da carne. Quando é preciso, multiplica seus esforços, usando todas
as oportunidades e a sua alegria é que algum dia a vitória apareça, quando
chegar a maturidade do que ouviu seus conselhos. Aí as duas almas se
encontrarão mais unidas, festejando a felicidade. Esperamos sempre por esse
dia, que é o encontro do Mestre com o discípulo, pois é comum dizer que quando
um está pronto, o outro aparece.
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