Reunião pública de 17-4-59,
Questão nº. 798 (Livro dos
Espíritos)
Todos os fundadores
das grandes instituições religiosas, que ainda hoje influenciam ativamente a
comunidade humana, partiram da Terra com a segurança do trabalhador ao fim do
dia.
Moisés, ancião,
expira na eminência do Nebo, contemplando a Canaã prometida.
Sidarta, o iluminado
construtor do Budismo, depois de abençoada peregrinação entre os homens,
abandona o corpo físico, num horto florido de Kucinagara.
Confúcio, o sábio que
plasmou todo um sistema de princípios morais para a vida chinesa, encontra a
morte num leito pacífico, sob a vigilância de um neto afetuoso.
E, mais tarde,
Mamomet, o criador do Islamismo, que consentiu em ser adorado pelos discípulos,
na categoria de imortal, sucumbe em Medina, dentro de sólida madureza, atacado
pela febre maligna.
Com Jesus,
entretanto, a despedida é diferente.
O divino fundador do
Cristianismo, que define a Religião Universal do Amor e da Sabedoria, em plena
vitalidade juvenil, é detido pela perseguição gratuita e trancafiado no
cárcere.
Ninguém lhe examina
os antecedentes, nem lhe promove recursos à defensiva.
Negado pelos melhores
amigos, encontra-se sozinho, entre juízes astuciosos, qual ovelha esquecida em
meio de chacais.
Aliam-se o egoísmo e
a crueldade para sentenciá-lo ao sacrifício supremo.
Herodes, patrono da
ordem pública, chamado a pronunciar-se em seu caso, determina se lhe dê o
tratamento cabível aos histriões.
Pilatos, responsável
pela justiça, abstém-se de conferir-lhe o direito natural.
E entregue à multidão
amotinada na cegueira de espírito, é preferido a Barrabás, o malfeitor, para
sofrer a condenação insólita.
Decerto, para
induzir-nos à compaixão, aceitou Jesus padecer em silêncio os erros da justiça
terrestre, alinhando-se, na cruz, entre os injuriados e as vítimas sem razão,
de todos os tempos da Humanidade.
Cristãos de todas as
interpretações do Evangelho e de todos os quadrantes do mundo, atentos à
exemplificação do Eterno Benfeitor, apartai o criminoso do crime, como
aprendestes a separar o enfermo da enfermidade!
Educai o irmão
transviado, quanto curais o companheiro doente!
Desterrai, em
definitivo, a espada e o cutelo, o garrote e a forca, a guilhotina e o fuzil, a
cadeira elétrica e a câmara de gás dos quadros de vossa penologia, e oremos,
todos juntos, suplicando a Deus nos inspire paciência e misericórdia, uns para
com os outros, porque, ainda hoje, em todos os nossos julgamentos, será
possível ouvir, no adito da consciência, o aviso celestial do nosso Divino
Mestre, condenado à morte sem culpa:
— “Quem estiver sem
pecado, atire a primeira pedra!”
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