– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
No capítulo XIII –
“Convocação Familiar” –, André Luiz relata o trabalho intenso de Gúbio em
reunir diversos familiares encarnados envolvidos no caso de Margarida –
aproveitando o período do repouso físico, providencia para que, em
desdobramento, os espíritos sejam convocados, a fim de procurarem se entender,
predispondo-se à tolerância.
Saldanha, o obsessor,
sentia-se devedor da intercessão de Gúbio, que lhe socorrera o filho internado
num hospício, a nora suicida e a esposa, inconsciente de sua situação de
espírito fora do corpo.
A narrativa deve servir à
reflexão de nossos irmãos encarnados, que, na grande maioria das vezes, ignoram
o trabalho dos espíritos, nos bastidores da vida física, na tentativa de
auxiliá-los em intrincados problemas cármicos – não raro, considerando-se,
inclusive, esquecidos pela Divina Providência, e sem resposta as preces que
endereçam ao Alto.
*
Gúbio, com o concurso de
André e Elói, sob as vistas de Saldanha, promove o encontro de Jorge e Lia, seu
filho e sua neta, com o juiz, que, injustamente, condenara Jorge à prisão – o
juiz, naquela noite, já se encontrava predisposto à revisão da pena imposta ao
filho de Saldanha.
Diante da pequena assembleia,
o sábio Instrutor dirige a palavra ao magistrado:
- Juiz, o lar do mundo não é
tão somente um asilo de corpos que o tempo transformará. É igualmente o ninho
das almas, onde o espírito pode entender-se com o espírito, quando o sono sela
os lábios da carne, suscetíveis de mentir. Congregamo-nos em teu próprio abrigo
para uma audiência com a realidade.
A palavra de Gúbio é uma verdadeira
aula de justiça e de amor.
A certa altura, o Instrutor
argumenta:
- Juiz (...), não fosse a
compaixão divina que te concede ao ministério diversos auxiliares invisíveis,
amparando-te as ações, por amor à Justiça que representas, e as vítimas dos teus
erros involuntários e das paixões obcecantes daqueles que te cercam não te
permitiriam a permanência no cargo. Teu palácio residencial mostra-se repleto
de sombras. Muitos homens e mulheres, dos que já sentenciaste em mais de vinte
anos, nas lides do direito, arrebatados pela morte, não conseguiram seguir
adiante, colados que se acham aos efeitos de tuas decisões e demoram-se em tua
própria casa, aguardando-te explicações oportunas.
Que os nossos irmãos e irmãs
internautas, com tais palavras, não percam o ensejo de meditar na
responsabilidade de qualquer escolha que venha a ser feita pelo espírito,
mormente quando ele se encontra encarnado, ignorando a repercussão espiritual
que possam ter as suas atitudes.
Por outro lado, não nos
esqueçamos da enorme movimentação no Plano Espiritual, envolvendo inúmeras
personalidades, com o intuito de que Margarida seja libertada, e, mais que
Margarida, o próprio Gregório, chefe dos “dragões” – as consequências positivas
desse trabalho haveriam de ser enormes, inclusive para a coletividade daquela
“cidade estranha”.
*
Após longa conversa com o
juiz do caso de Jorge, Gúbio lhe diz:
- Amanhã (...) te erguerás do
leito sem a lembrança integral do nosso entendimento de agora, porque o cérebro
de carne é um instrumento delicado, incapaz de suportar a carga de duas vidas,
mas ideias novas surgir-te-ão formosas e claras, com respeito ao bem que
necessita praticar. A intuição, contudo, que é o disco milagroso da
consciência, funcionará livremente, retransmitindo-te as sugestões desta hora
de luz e paz, qual canteiro de bênçãos ofertando-te flores perfumosas e
espontâneas.
De onde será que os homens
imaginam que lhes venham ideias e intuições logo que despertam no corpo carnal,
oportunizando que tomem decisões importantes na existência?! Será que, enquanto
dormem, o cérebro lhes será capaz de engendrar, sozinho, os pensamentos que
lhes advenham de maneira tão espontânea, nos minutos que se seguem ao
despertar?!
*
Quase sempre, são as
deliberações que o espírito toma durante a noite, no momento do repouso físico,
que lhe determinam as ações do dia, quando, então, o consciente costuma
executar as ordens que partem do inconsciente.
Daí a relevante importância
do homem preparar-se, através da oração, para os instantes nos quais, naturalmente,
se verá fora do envoltório carnal, mantendo inúmeros contatos com espíritos e
situações que podem influenciá-lo.
INÁCIO FERREIRA 0 Blog
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Uberaba – MG, 28 de julho de
2019.
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