Reunião
pública de 11-5-59.
Questão
663 (Livro dos Espíritos)
A
oração não suprime, de imediato, os quadros da provação, mas renova-nos o
espírito, a fim de que venhamos a sublimá-los ou removê-los.
Repara
o caminho que a névoa amortalha, quando a noite escura te distancia do Sol.
Em
cima, nuvens extensas furtam-te aos olhos o painel das estrelas, e embaixo,
espinheiros e precipícios ameaçam-te os pés.
Debalde
consultarás a bússola que a treva densa embacia.
Se
avanças, é possível te arrojes na lama de covas escancaradas; se paras, é
provável padeças o assalto de traiçoeiros animais...
Faze,
porém, pequenina luz, e tudo se modifica.
O
charco não perde a feição de pântano e a pedra mantém-se por desafio que te
adverte na estrada; entretanto, podendo ver, surgirás, transformado e seguro,
para seguir à frente, vencendo as armadilhas da sombra e as aperturas da
marcha.
Assim,
também, é a oração nos trilhos da experiência.
Quando
a dor te entenebrece os horizontes da alma, subtraindo-te a serenidade e a
alegria, tudo parece escuridão envolvente e derrota irremediável, induzindo-te
ao desânimo e insuflando-te o desespero; todavia se acendes no coração leve
flama da prece, fios imponderáveis de confiança ligam-te o ser à Providência
Divina.
Exteriormente,
em torno, o sofrimento não se desfaz da catadura sombria; a morte, ainda e
sempre, é o véu de dolorosa separação; a prova é o mesmo teste inquietante e o
golpe da expiação continua sendo a luta difícil e inevitável, mas estarás, em
ti próprio, plenamente refeito, no imo das próprias forças, com a visão
espiritual iluminada por dentro, a fim de que compreendas, acima das tuas
dores, o plano sábio da vida, que te ergue dos labirintos do mundo à bênção do
amor de Deus.
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