24.6.19

LIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Depois de interessantes observações sobre mais alguns pacientes no consultório do psiquista, André volta a sua atenção para o caso de Margarida.
Curioso que ele conseguira “a neutralidade dos servos espirituais do professor operante”, que não interfeririam em favor da paciente.
Incrível negociata, tão semelhante a tantas com as quais nos deparamos entre os encarnados!
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Saldanha, o obsessor, solicitou a colaboração de um “anão” e “pediu-lhe cooperação sem rebuços, esclarecendo que o operador da casa não deveria penetrar o problema de Margarida, na intimidade. Prometia-lhe, em troca do favor, não só a ele, mas também a outros auxiliares no assunto excelente remuneração em colônia não muito distante.”
Ficção?! Não! Simplesmente CORRUPÇÃO! – mal que, evidentemente, deve grassar no Mundo Espiritual mais próximo, povoado por homens fora do corpo – porque eis o que, em geral, os espíritos são: HOMENS FORA DO CORPO!...
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Esclarece André que, no pacto existente entre o “médium” e os espíritos que lhe prestavam assistência, o “médium”, se, de algum modo, os controlava, “era também facilmente controlado por eles”.
Tivemos oportunidade de dizer alhures o que vamos repetir: na atualidade do Movimento Espírita, muitos medianeiros, alguns que desfrutam de certo renome e liderança, são “controlados” por espíritos interessados em deturpar os rumos do Espiritismo! – os espíritos mistificadores lhes satisfazem os propósitos, e lhes prestam assistência, na produção de obras mediúnicas, exposições doutrinárias, etc, todavia, os utilizam como “instrumentos” para lançar a Doutrina em descrédito – e tal, por vezes, não está, claramente, sucedendo agora, mas sucederá daqui algum tempo!...
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André, em seguida, chama atenção para as faculdades do psiquista, que, em estado de transe, começa a liberar ectoplasma, que passa a ser emanado pelas entidades espirituais que se lhe imantavam.
- Esta força não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações.
Sabe-se que espíritos inferiores, o que não quer dizer que sejam ignorantes, valem-se dos recursos mediúnicos de inúmeros sensitivos na Terra para estenderem a sua influência nociva sobre a Humanidade – agem intelectualmente, e até mesmo materialmente, através dos fenômenos denominados de “efeitos físicos”. (Tomamos a liberdade de indicar aos nossos irmãos e irmãs a leitura do livro “Sob as Cinzas do Tempo”, de nossa lavara espiritual).
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Pode-se ainda depreender da leitura do referido trecho do capítulo ora em estudo – “Valiosa Experiência” –, que as informações de teor mediúnico, todas elas, devem ser submetidas ao crivo da razão – e não, evidentemente, serem aceitas sem análise criteriosa, simplesmente por serem de autoria desse ou daquele espírito.
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André Luiz comenta com Gúbio que o vidente, no que tange à sensibilidade mediúnica, era “vigoroso na instrumentalidade”, suscitando do Instrutor o comentário:
- Sim, mas não vemos aqui qualquer sinal de sublimação na ordem moral. (...) Há bilhões de espíritos em evolução que rodeiam os homens encarnados, em todos os círculos de luta, muito inferiores, em alguns casos, a eles mesmos e que, facilmente, se convertem em instrumentos passivos dos seus desejos e paixões.
O ASSUNTO É MUITO SÉRIO, E, INFELIZMENTE, AINDA HÁ DE RENDER MUITO “PANO PARA MANGA” NO ESPIRITISMO!
Existem medianeiros que, com o intuito de empanar o brilho da tarefa missionária de Chico Xavier, estão colecionando homenagens e títulos pelo Brasil e pelo mundo, orientando a criação de uma “Fundação” em seu nome, a fim de que a História lhes destaque a suposta superioridade sobre aquele que, sem dúvida, foi e continua sendo, depois de Allan Kardec, a maior referência do Espiritismo!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 24 de junho de 2019.

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