– CHICO XAVIER/ANDRÉ LUIZ
Concluindo o capítulo em
exame, descreve André que o médico encarnado, que estava cuidando de Margarida,
enfrentava grande luta doméstica, envolvendo uma jovem que desposara em virtude
de sua viuvez – jovem “que lhe exige pesado tributo à maturidade respeitável”.
Além do mais, o psiquiatra era pai de dois filhos que, constantemente, entravam
em conflito com ele e a madrasta, que não aceitavam.
- O duelo mental nesta casa é
enorme. Ninguém cede, ninguém desculpa e o combate espiritual permanente
transforma o recinto numa arena das trevas.
*
Maurício, assim, não
encontrava facilidade para influenciar positivamente o médico, a fim de que ele
melhor atinasse com a situação de Margarida.
- Tenho trabalhado tanto
quanto me é possível – explicou o novo companheiro – a fim de ambientar aqui o
espiritualismo de ordem superior. Achamo-nos, entretanto, num campo imensamente
refratário.
Os irmãos internautas podem
formar ideia do quanto é complexa a nossa tentativa (dos desencarnados) de
procurar influenciar positivamente os encarnados, quando o campo nos é adverso
– porquanto, as nossas possibilidades de auxílio intervencionista permanecem,
quase exclusivamente, afetas à esfera mental, já que do ponto de vista
propriamente físico quase nada podemos.
*
André ainda observa que,
tornando a situação mais difícil, a esposa desencarnada não aceitava a nova união
do companheiro – considerava a organização doméstica “sua propriedade
exclusiva”.
*
Neste cenário, estabeleceu-se
uma discussão minutos antes do almoço – o pai com um dos filhos, e ele,
perdendo o controle emocional, resmungou palavras que o induziram à total
quebra de sintonia com Maurício, que tentava inspirá-lo.
Disse, então, o enfermeiro:
- É sempre assim. Muito
difícil aproximarmo-nos, na esfera física, daqueles a quem nos propomos
auxiliar.
A segunda esposa do médico em
questão, espiritualmente, se revelava muito aquém de sua condição espiritual –
apresentava-se muito bem por fora, mas, por dentro...
André percebeu que o espírito
da jovem, ao deixar o corpo, “estampava no semblante os sinais das bruxas dos
velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo
de monstruoso.”
*
Em muitas ocasiões, com o
intuito de auxiliar os seus protegidos, os benfeitores desencarnados não
possuem alternativa que seja causar-lhes
algum “incomodo”, psíquico ou físico, a fim de tentar evitar maiores desastres
em sua jornada reencarnatória.
É assim, por exemplo, que
muitos familiares fora do corpo, à primeira análise, dão a impressão de
prejudicar os seus afetos, quando, em verdade, estão procurando fazer com que
eles se movimentem por novos caminhos – avós atuando sobre netos, pais sobre
filhos, cônjuges sobre cônjuges, irmãos sobre irmãos, amigos sobre amigos, etc.
É o que denominamos de “obsessão benfazeja”...
*
No encerramento da
experiência, André ouve de Maurício, a respeito da jovem esposa do psiquiatra,
que acompanhava o caso de Margarida:
- Acreditamos que ela, sem fé
renovadora, sem ideais santificantes e sem conduta digna, não se precatará tão
cedo dos perigos que corre e somente se lembrará de chorar, aprender e
transformar-se para o bem, quando se afastar, em definitivo, do vaso de carne,
na condição de autêntica bruxa.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 10 de junho de
2019.
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