16.6.19

LII – REFLEXOES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Neste capítulo, conta André Luiz que o esposo de Margarida, Gabriel, talvez em ato de desespero, e não de crença, delibera levá-la para uma consulta “com afamado professor de ciências psíquicas” – em suma, com um “profissional” de assuntos relacionados ao psiquismo.
Gúbio demonstrou profundo desagrado – ele entendia que a providência apenas seria profícua “através de autoridade diferente no assunto”... André, neste parágrafo, uma vez mais, coloca em destaque o livre arbítrio dos homens, sobre o qual, mesmo com o propósito de auxílio, os Espíritos Amigos quase nada podem fazer.
 - Fazer psiquismo – falou-me o Instrutor, em voz quase imperceptível – é atividade comum, tão comum quanto qualquer outra. O essencial é desenvolver trabalho santificante.
A advertência de Gúbio é atualíssima, de vez que, infelizmente, nos dias que correm, são muitos os médiuns que, se dizem espíritas que tangenciam a leviandade – completamente fascinados, muitos estão chegando mesmo a comercializar os seus dons!...
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Todos estavam lá no vasto salão de espera do psiquista, inclusive Saldanha, o líder da falange de obsessores.
André teve a sua atenção chamada para um cavalheiro de idade madura, vampirizado por várias “formas ovóides”, “aderindo-lhe à organização perispirítica”.
Gúbio comentou em voz baixa:
- Vejamos a que calamidades fisiológicas podem os distúrbios da mente conduzir um homem. Temos sob nosso olhar um investigador da polícia em graves perturbações. Não soube deter o bastão da responsabilidade. Dele abusou para humilhar e ferir. Durante alguns anos, conseguiu manter o remorso à distância; todavia, cada pensamento de indignação das vítimas passou a circular-lhe na atmosfera psíquica, esperando ensejo de fazer-se sentir.
(...) Este amigo, no fundo, está perseguido por si mesmo, atormentado pelo que fez e pelo que tem sido. Só a extrema modificação mental para o bem poderá conservá-lo no vaso físico...
Realmente, com o tempo, o sentimento de culpa, o remorso, o arrependimento, enfim, a consciência em conflito termina por incidir negativamente sobre os corpos perispiritual e físico, podendo, inclusive, decretar a desencarnação precoce da criatura – antes, porém, ocasiona-lhe inúmeras torturas, através de doenças prolongadas e, não raro, mutilantes, com parte do seu próprio corpo sendo “arrancadas”, digamos, sem necessidade, em atos cirúrgicos.
(Uma vez mais, solicitamos permissão aos nossos internautas para indicar-lhes, de nossa lavra espiritual, a obra “Obsessão e Cura”.)
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Em seguida, André, na companhia de Gúbio, aproxima-se de uma senhora com uma jovem, que estava sendo perturbada por dois espíritos de aspecto sinistro – deveriam ser avó e neta.
- (...) A jovem, que proferia disparates, não falava por si. Fios tênues de energia magnética ligavam-lhe o cérebro à cabeça do irmão infeliz que se lhe mantinha à esquerda. Achava-se absolutamente controlada pelos pensamentos dele, à maneira de magnetizado e magnetizador. A doente ria sem propósito e conversava a esmo, reportando-se a projetos de vingança, com todas as características de idiotia e inconsciência.
Imaginemos, irmãos e irmãs, como deve ser o cenário espiritual de muitos dos consultórios médicos em que vários pacientes são vítimas de doenças-fantasmas, sem que, infelizmente, a grande maioria dos profissionais consultados consiga atinar com a verdadeira origem de seus incômodos – por ignorância, por preconceito, por falta de sensibilidade, enfim, por ausência quase total de espiritualidade.
A jovem obsidiada, em vida pretérita, desencaminhara o esposo e o cunhado – o primeiro cometera suicídio, e o segundo asilara-se “no fundo vale da loucura”.
MEU DEUS, OS DRAMAS HUMANOS!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 16 de junho de 2019.

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