30.6.19

Eu quero amar.


Eu desejo ardorosamente amar.
Não me vejo de outro jeito senão exercitando a difícil arte de aprender a amar.
Eu sei que não é fácil. Eu sei que é imprescindível a renúncia de si mesmo para amar, mas ainda assim eu quero amar.
Se os outros não me amarem, se eles acharem que sou isso ou aquilo, não importa, o que realmente vale é o que eu sinto, o que eu possa dar ao outro, sem nada esperar em troca. Isso é querer amar.
O amor transforma as pessoas porque toca no mais fundo da sua alma. Ele vai lá onde reside o deus interior. Ele desperta o deus adormecido e nos faz outra pessoa, mas isso somente é possível se eu quiser amar.
O amor tem caminhos próprios, indefinidos, mas que se faz presente em todos os aspectos da existência. Em tudo, se percebermos bem atentamente, está presente a mão do amor, no entanto, eu só a enxergarei se eu quiser verdadeiramente amar.
Amar chega de onde não sei e vai para onde ninguém nos leva. É transformador, mas é antes desafiador. O amor, por si só, tem mecanismos de mudança interior que mexe onde nem sabíamos que lá existia algo. Isso, porém, só é possível, se quisermos encontrar o amor.
Há pessoas que não entendem esse mecanismo de funcionamento do amor, aliás, ele não precisa nem deve ser entendido porque seu funcionamento passa por estruturas completamente diferentes daquelas que supomos existir no raciocínio humano, porque amor, sendo amor, faz de qualquer um outro ser, entretanto, isso somente será passível de acontecer se você quiser realmente aprender o que é o amor.
Esse mistério profundo, essa força inesgotável, este ente maior, esse sentimento por excelência revela-se das grandes às pequenas coisas, mas está em todos os lugares e com todos, no entanto, se desejamos perceber a sua manifestação grandiosa, precisamos querer amar.
Deus é amor porque Ele é a sua própria fonte geratriz. Não seria possível pensar algo tão completo como a ideia de Deus se Ele não fosse, acima de tudo, a própria essência do amor. Para ver Deus, entretanto, devemos querer aprender a amar.
Essa vontade é sua, mas o convite é divino, e Deus somente se contentará quando souber que você, definitivamente, quiser amar.

  Helder Camara – Blog Novas Utopias

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