Os nossos estudos do livro
“Libertação”, nesta semana, bem que poderiam ter por título: A Pergunta de
André Luiz.
Continuando a dialogar com
Gúbio, André lhe inquiriu: “Com que fim - perguntei – essas legiões retardadas
se mancomunam, além da morte, se despidas da vestimenta grosseira de carne devem
saber, mais que nunca, que se empenham em combates inúteis?”.
De fato, ao espírito
encarnado, muito difícil compreender que, na Vida de além-túmulo, os homens
fora do corpo não assimilem a realidade, capitulando diante de sua própria
ignorância...
Não seria de se esperar que,
pelo menos, deste Outro Lado da Vida, os espíritos lograssem tomar consciência
de seus erros, inclusive de ordem dogmática, no campo da fé, em que, ao longo
dos séculos, tanto temos errado?
Gúbio, o sábio Instrutor,
sorriu, e a sua resposta, embora óbvia, não deixou de soar com o ineditismo que
a Verdade sempre soa aos ouvidos de quem, voluntariamente, busca ignorá-la:
- “Reportamo-nos a espíritos
perfeitamente humanos, não obstante desencarnados, e tais perguntas, André,
poderiam ser formuladas, mesmo na Crosta da Terra. Por que razão, nós mesmos,
antes de acordar a consciência para a revelação divina, nos precipitávamos nas
linhas inferiores, todos os dias, contrariando espetacularmente a Lei? (...)”.
Sim, por que nós mesmos, quando
no corpo carnal, não compreendemos a inutilidade do mal?! Como não
considerarmos ilógico que o espírito, apenas por conta de seu desenlace do
envoltório denso, possa renovar-se intimamente?!
E Gúbio questiona André:
“Ante as sugestões do Plano
Divino que te povoam, agora, o pensamento, lembras-te de algum tempo passado em
que tivesses cogitado sinceramente da própria sublimação?”.
*
A verdade é que o homem,
moralmente, não se transforma mais além da morte do que possa se transformar na
Terra, desde agora.
Por que ocorreria alguma
mudança moral significativa no espírito, pelo fenômeno da desencarnação, e não
lhe ocorreria, assim, alguma mudança de ordem intelectual?! Pode o espírito com
inclinações inferiores, deixar de ser o que é de hora para outra?! Pode alguém
de intelecto obtuso, transfigurar-se em espírito erudito, apenas por,
supostamente, ir contemplar as estrelas mais de perto?!
*
Vejamos que André Luiz, após
ouvir as considerações do Instrutor, ainda confessa o que, sem dúvida, nos é
difícil de aceitar, quando não nos aprofundamos nos temas que não conhecemos se
não superficialmente:
“A argumentação de Gúbio era
bela e sugestiva; entretanto, eu sentia dificuldades para aceitar a ideia de
purgatórios e infernos dirigidos.”.
Sobre a Terra, não os temos?!
A criminalidade não é organizada e dirigida, muitas vezes, de dentro das
penitenciárias, ou do interior dos palácios?!...
Quadrilhas de espíritos
encarnados, no mundo inteiro, escravizam o poder, submetem os povos,
incrementam a guerra, tramam tão somente em favor de seus próprios
interesses... Tais legiões, sob o jugo de legiões outras, que as controlam do
Invisível, mantém, em todos os aspectos, a Humanidade em longo cativeiro de
ignorância, porquanto o seu objetivo é o da “conservação do primitivismo mental
da criatura humana”.
Esta é uma das mais graves
denúncias que o Moderno Espiritualismo já pode fazer ao homem em todas as
épocas da Humanidade.
INÁCIO FERREIRA – Blog
Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 6 de agosto de
2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário