Reunião pública de 16-3-59
Questão nº 822
Toda corrigenda, antes que se
exprima em palavras, há de vazar-se em amor para que a vida se eleve.
Senão vejamos, em comezinhos
incidentes da natureza.
Não amaldiçoarás a gleba que
o deserto alcançou, mas oferecer-lhe-ás a graça da fonte para que retorne aos
talentos da produção.
Não condenarás o pântano em
que a lama se acumulou, provocando a inutilidade, mas drenar-lhe-ás o leito de
lodo, a fim de que se restaure em leira fecunda.
Não reprovarás simplesmente a
veste que os detritos desfiguram, mas mergulhá-las-ás na água pura,
recompondo-lhe a forma para a bênção da serventia.
Não martelarás
indiscriminadamente a máquina, cuja engrenagem se nega à função devida, e sim
lhe examinarás, com atenção, os implementos defeituosos, de modo a recuperá-la
para o justo exercício.
Não derrubarás a plantação
nascente que a praga invadiu, mas mobilizarás carinho e cuidado para libertá-la
do elemento destruidor, propiciando recurso preciso ao refazimento.
Não aniquilarás certa
província corpórea, porque se mostre enfermiça, mas fornecer-lhe-ás adequado
remédio, normalizando-lhe os movimentos.
Repreensão sem paciência e
esperança, ainda mesmo quando se fundamente em razões respeitáveis, é
semelhante ao punhal de ouro fulgurando rara beleza, mas carreando consigo a
visitação da morte.
Corrigir é ensinar e ensinar
será repetir a lição, com bondade e entendimento, tantas vezes quantas se
fizerem necessárias.
Unge-te, pois, de compaixão,
se desejas retificar e servir.
Lembra-te de que o próprio
Cristo, embora portador de sublimes revelações no tope do monte, antes de
ministrar a Verdade à mente dos ouvintes sequiosos de luz, ao reparar-lhes a
fome do corpo, deu-lhes, compassivo, um pedaço de pão.
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