A música é a voz dos céus
profundos.
Tudo no espaço traduz-se em
vibrações harmônicas, e certas categorias de espíritos não se comunicam entre
si senão através de ondas sonoras.
A sinfonia e a melodia não
são na Terra senão ecos enfraquecidos e deformados dos concertos celestes.
Nossos mais perfeitos
instrumentos possuem sempre alguma coisa de mecânico e de duro, enquanto que os
processos de emissão do espaço produzem sons de infinita delicadeza.
É por isso que em todos os
graus da escala dos mundos e da hierarquia dos espíritos a música ocupa lugar
considerável nas manifestações do culto que as almas prestam a Deus.
Nas esferas superiores, ela
se torna uma das formas habituais da vida do ser, que se sente mergulhado nas
ondas de harmonia de intensidade e suavidade inexprimíveis.
Quando das grandes festas no
espaço, dizem-nos nossos guias espirituais, quando as almas se unem aos milhões
para prestarem homenagem ao Criador, na irradiação de sua fé e de seu amor,
delas escapam eflúvios, radiações luminosas que se colorem de várias
tonalidades e se transformam em vibrações melodiosas.
As cores transformam-se em
sons, e dessa comunhão dos fluidos, dos pensamentos e dos sentimentos
desprende-se uma sinfonia sublime, à qual respondem os longínquos acordes
vindos das esferas, dos inúmeros astros que povoam a imensidão.
Então, do alto descem outros
acordes, ainda mais possantes, e um hino universal faz estremecerem céus e
terras.
À percepção desses acordes o
espírito se dilata e se regozija; ele se sente viver na comunhão divina e entra
num encantamento que chega ao êxtase.
Do livro "O Espiritismo
na Arte" de Léon Denis
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